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O que temem os investidores portugueses? Riscos políticos e guerras comerciais

De acordo com um inquérito da gestora de investimentos Schroders, 20% dos participantes apontou ainda o fim de compras do Banco Central Europeu.
23 Fevereiro 2019, 12h35

As quatro maiores preocupações dos investidores portugueses são os riscos políticos (32,7%), as guerras comerciais (20,9%), o fim do programa de compra de ativos do Banco Central Europeu (20%) e o ambiente de baixas taxas de crescimento (19,1%), de acordo com um inquérito da gestora de investimentos Schroders.

“Demonstra claramente o impacto que a política internacional está a ter nas decisões de investimento um pouco por todo o mundo”, afirma Carla Bergareche, diretora-geral da Schroders Portugal e Espanha.

A disrupção tecnológica e o impacto das alterações climáticas são igualmente circunstâncias que podem ter uma ‘palavra a dizer’ na hora de os executivos portugueses investirem, segundo a mesma análise (realizada através de entrevistas online anónimas a 110 investidores qualificados nacionais durante uma conferência em janeiro).

A Schroders, que tem uma carteira de 508,2 mil milhões de euros em ativos sob gestão, acredita que o surgimento de movimentos populistas e nacionalistas está a “condicionar os fluxos típicos da globalização com o ressurgimento de medidas protecionistas” e que o aumento da contestação popular, perante a estagnação do rendimento das famílias, pode fazer subir a “pressão sobre os orçamentos nacionais”.

A empresa prevê que as tensões comerciais entre as duas maiores potências mundiais continuem “por mais algum tempo”, ainda que sejam temporárias, dado que os Estados Unidos e a China têm motivações distintas: “os norte-americanos procuram defender a sua indústria e o seu capital intelectual, enquanto a China quer reforçar a sua posição no contexto mundial”.

Quando questionados sobre a classe de ativos que terá melhor desempenho este ano, os inquiridos fizeram sobretudo referência às ações de mercados emergentes (39,2%), às ações norte-americanas (22,8%) e às ações europeias (17,7%). A multinacional britânica também subscreve esta ideia: “O valor das ações destes mercados reflete um dólar forte, que, depois de atingir o seu pico, deverá perder força na segunda metade do ano, pois o ciclo de subida de taxas pelo Fed está perto do seu fim”.

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