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O regresso e os problemas da robô Sophia

Ben Goertzel, responsável pela empresa que criou Sophia, afirmou que é preciso “estar vigilante” caso não se queira uma distopia em que humanos são oprimidos por robôs.
10 Novembro 2018, 12h00

O robô Sophia voltou à Web Summit, desta vez em cima de pirâmides pretas com rodas, amarrados por cabos de dados aos bastidores acompanhada, pelo irmão Han, para que o seu criador, Ben Goertzel, mostrasse as melhorias que fez nos robôs da SingularityNet, criados com a Hanson Robotics. “É bom estar de volta”, afirmou Sophia, esta quarta-feira, na Altice Arena.

Perante uma plateia entusiasmada, Goertzel apresentou “updates nas expressões faciais, como alegria, tristeza”. Estamos a trabalhar nas emoções na Singularity, afirmou o fundador e CEO da SingularityNet, a empresa tecnológica que explora a Inteligência Artificial baseada em Blockchain.

“Eu estou feliz. Eu estou triste”, disse a robô, que também consegue agora ter uma sensibilidade ao movimento.“Estou a olhar para a direita. Estou a olhar em frente”, prosseguiu.

“Estamos a tentar trabalhar estas questões. O que precisamos é de conhecimento que cruze a perceção do robô”, explicou o criador, que conseguiu mostrar que as suas criações já se aproximam de uma interação humana baseada em emoções

O segredo de Sophia, segundo o criador, é o self knowledge (auto-conhecimento, em português). “Ela procura informações na base de dados e na própria percepção”, acrescentou.

Lado a lado, em pleno centre stage da Web Summit, Ben, Sophia e Han conversaram, ainda, sobre a possibilidade de serem considerados “cidadãos”. Se, por um lado, Sophia volta a falar nessa possibilidade, Han assegurou: “É uma questão de tempo”.

“Qualquer pessoa consegue criar IA, em qualquer parte do mundo. Trata-se de um cérebro global, de uma rede descentralizada, que fornece informações a todos”, argumenta Ben Goertzel.

Aproveitando todo o buzz da Web Summit, Goertzel anunciou também um novo projeto relacionado com a SingularityNet, a Singularity Studio. Trata-se de uma plataforma de inteligência artificial, que usa a premissa de Goertzel: criar um “ecossistema descentralizado de inteligência artificial”, em qualquer parte do mundo onde qualquer pessoa pode contribuir”. O objetivo é explorar a computation creativity, ou seja, a criatividade computacional. Depois de ter subido ao palco principal da Altice Arena, na quarta-feira, a robô Sophia e o seu criador Ben Goertzel deram uma conferência de imprensa, onde, apesar das muitas perguntas, Sophia pouco respondeu, devido a dificuldades técnicas com a sua conexão à Internet, enquanto o fundador e CEO da SingularityNet falou sobre a possibilidade de os robôs com inteligência artificial tornarem obsoletos vários postos de trabalho.

Quando chegou a vez de Sophia responder aos jornalistas, coube a um “repetente” da Web Summit de 2017 perguntar se a robô se lembrava dele. A resposta foi silêncio. Tentou-se outra pergunta e Sophia voltou a ficar sem resposta. Ben Goertzel explicou depois que estava a ser difícil ligar a robô à internet. Depois dos problemas parcialmente ultrapassados, Sophia falou, mas respondeu a poucas questões. AS e JVR

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