Na edição de segunda-feira do “Financial Times”, Portugal foi um dos exemplos escolhidos para ilustrar o aumento do peso das economias asiáticas, em grande medida à custa da Europa.

Os dados do FMI mostram que, no ano 2000, Portugal era a 40ª maior economia do mundo avaliada em paridade dos poderes de compra, mas que tem vindo a perder lugares de forma contínua. A previsão é que em 2023 já venha a ocupar a 57ª posição, ultrapassada por economias a que normalmente prestamos menos atenção como o Sri Lanka, o Cazaquistão, o Vietname ou o Bangladesh.

A globalização gera oportunidades para os nichos, mas também valoriza a dimensão de empresas, setores e países, pela sua influência e escala. Não é à toa que os grandes blocos tentam construir “campeões”, capazes de combater a nível global.

Portugal é um país com vários problemas, mas provavelmente o mais sério é a dificuldade em crescer… e em deixar crescer. A demografia é uma dificuldade, mas não explica tudo porque há outros bloqueios. Talvez o pior de todos seja a mentalidade conservadora e de direitos pretensamente adquiridos, que se materializa na importância dos grupos de interesses, na influência do poder político e no peso do Estado na economia, com impacto direto no funcionamento dos mercados e na competitividade.