Para quem não viveu esses tempos, praticamente inexiste. Estes são motivos para a investigação feita e que se traduz neste “O Último Salazarista – A Outra Face de Américo Thomaz”, editado pela D. Quixote, onde nos é dada a ver uma outra história deste “homem taciturno e monocórdico, que se exprimia com notória dificuldade e exasperante lentidão”.
Nesta biografia política, Orlando Raimundo conta a vida de um adepto da monarquia absolutista, de origens humildes, um militar que em início de carreira foi preso, acusado de cobardia, por não se bater pela República, e acabou Presidente dessa mesma República. “Durante os seus quase quarenta anos de vida política, desempenhou sempre o papel de facilitador das manobras da ditadura, quer activa, quer passivamente, por puro calculismo”, dizo jornalista e investigador. Exemplos: assinou a deportação dos primeiros presos políticos para o campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde; teve um “papel activo” na consolidação do poder económico dos primeiros “donos disto tudo”, como Alfredo da Silva e a família Espírito Santo; envolveu-se e aproveitou-se da “grande burla eleitoral do regime, em 1958”, e do assassínio de Humberto Delgado.
Orlando Raimundo frequentou o curso de História, licenciou-se em Ciência Política e Relações Internacionais, pós-graduou-se no ISCTE e foi bolseiro do governo francês e da Fundação Calouste Gulbenkian nos Journalistes en Europe, em Paris, e da Nihon Shinbun Kyokai, em Tóquio. Foi jornalista n’O Século, no Diário Popular e no Expresso. É autor de “A Última Dama do Estado Novo” e de “António Ferro: O Inventor do Salazarismo”.
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