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OCDE pede mais esforço de governos e reguladores para a promoção da finança ESG

Os princípios de sustentabilidade ambiental, social e de governança (ESG) têm sido cada vez mais procurados pelos investidores como garantia da aplicação de qualidade de capital que investem, mas a OCDE pede mais transparência e uniformidade nas avaliações desta natureza
29 Setembro 2020, 11h36

A OCDE urge governos e reguladores a melhorarem a informação relativamente a critérios ambientais, sociais e de governança (ESG) no investimento, como se lê num relatório do órgão. A organização reconhece o crescimento deste tipo de investimentos nos últimos anos, mas defende que, para um uso que corresponda ao potencial da finança ESG, tem de ser disponibilizada informação adequada, relevante e comparável.

“O setor financeiro tem um papel crítico em assegurar uma recuperação da crise da Covid-19 verdadeiramente sustentável que crie empregos melhores e mais verdes, impulsione o rendimento e leve a um crescimento mais sustentável e resiliente”, afirmou o Angel Gurría, o secretário-geral da OCDE.

“Mas o setor financeiro só poderá atingir melhores resultados ambientais, sociais e de governança se os investidores tiverem a informação e ferramentas necessárias”, acrescentou.

O relatório da organização aponta para a necessidade de maior interação entre reguladores e legisladores como “crítica”, salientando, por exemplo, a falta de uniformidade nos critérios utilizados por várias instituições que avaliam os parâmetros ESG de cada empresa, o que resulta em avaliações diferentes para a mesma empresa.

Esta fragmentação e falta de transparência significa, para os investidores, uma falta de capacidade de aferir a performance ESG das empresas em que aplicam o seu capital e, portanto, de avaliar o impacto ambiental e social do seu investimento.

A OCDE defende, assim, o estabelecimento de um quadro comum de princípios e diretivas para a compilação de informação ESG consistente, comparável e verificável, além de realçar o papel que terão de ter os supervisores na promoção da transparência nas avaliações ESG.

Além disso, a OCDE sugere ainda um conjunto de medidas para estimular a finanças ESG, como uma estrutura para promover a integração de dívida deste tipo nos empréstimos dos bancos, o papel das empresas públicas na definição de uma referência para os princípios de sustentabilidade e a melhor gestão do risco em projetos de longo prazo, como sejam os de financiamento da construção de infraestruturas.

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