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OCDE: Portugal é um dos países onde existem mais colégios só com “gente rica”

Estudo da OCDE comparou o nível de “segregação” no ensino em 50 países baseado no estatuto socioeconómico dos alunos do ensino público e privado, concluindo que o país se encontra entre os dez, onde a diferença é mais “impressionante”, segundo o jornal Público.
16 Maio 2019, 11h30

Portugal é descrito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) dos países mais elitistas no que diz respeito ao ensino privado. Segundo conta o jornal “Público”, esta quinta-feira, a OCDE analisou mais de 50 países e comparou o nível de “segregação” baseado no estatuto socioeconómico dos alunos do ensino público e privado, concluindo que o país se encontra entre os dez, onde a diferença é mais “impressionante”.

Os dados fazem parte de um relatório divulgado pela Balancing School Choice and Equity, sobre a liberdade de escolha em educação. Rodrigo Queirós e Melo, diretor-geral da Associação de Estabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo (AEEP), explica ao “Público” que “se compararmos a amostra de Portugal onde o ensino particular é pago pelas famílias com a de outros países em que este é financiado pelo Estado, é normal que na portuguesa apareça só gente rica ao contrário do que acontece nas outras”.

O responsável afirma ainda que “do conjunto dos países da OCDE, Portugal tem uma das maiores proporções de alunos inscritos no ensino privado e que pagam por isso, ao contrário do que sucede em vários outros países onde este tipo de ensino é financiado em grande parte ou mesmo na totalidade pelo Estado”.

Com os contratos de associação, dezenas de colégios foram financiados pelo Estado desde os anos 80 para garantir que os seus alunos os frequentassem de forma gratuita. No atual Governo, estes contratos estão a ser reduzidos de modo a que o financiamento seja só atribuído a colégios situados em zonas onde não existe oferta pública.

Este cenário leva Rodrigo Queirós e Melo, a acusar o Estado português de estar “a reforçar o caráter elitista do ensino particular”.

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