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OCDE revê em baixa crescimento mundial e na zona euro este ano e no próximo

A organização alerta no seu relatório de projeções macroeconómicas para o impacto desigual da recuperação e das campanhas de vacinação, que constituem um risco pela negativa à evolução da economia mundial.
1 Dezembro 2021, 10h15

A OCDE reviu em baixa as projeções macro para a economia global e para a zona euro este ano, alertando para a perda de fulgor da recuperação em curso e para o claro desequilíbrio nos ritmos da retoma em várias geografias. Para 2021, a organização estima agora que a economia mundial avance 5,6%, enquanto a da moeda única deverá crescer 5,2%, uma diferença de 0,1 pontos percentuais (p.p.) em relação às previsões de maio para ambos os indicadores.

Em 2022, a OCDE prevê que 4,5% de crescimento do PIB mundial, o mesmo valor que havia avançado já no anterior relatório de projeções económicas, enquanto a zona euro deverá crescer 4,3%, o que representa um recuo de 0,2 p.p..

O relatório divulgado esta quarta-feira aponta ainda para uma inflação de 2,4% na zona euro em 2021, valor que atingirá um pico em 2022, com 2,7%. Para o desemprego, a organização estima taxas de 7,7% este ano e 7,2% no próximo.

A previsão macro da organização reconhece o impacto negativo que tem tido a subida inesperada e generalizada de preços na maioria das economias avançadas, especialmente no que respeita a bens alimentares e energéticos, o que coloca sob pressão as famílias e países com menor rendimento.

Esta é uma das dimensões mais evidentes da recuperação assimétrica que se tem verificado nas economias mundiais. Por um lado, os países mais desenvolvidos deverão recuperar a sua trajetória de crescimento pré-pandémico em 2023, ainda que com rácios de dívida superiores e ainda abaixo do seu crescimento potencial; por outro, a maior parte das economias em desenvolvimento exibirão efeitos adversos de longo-prazo no seu crescimento.

As campanhas de vacinação desiguais entre países e blocos económicos são outra das fontes de preocupação da análise da OCDE, visto que contribuem para esta desigualdade ao mesmo tempo que criam a oportunidade para novas variantes da Covid-19, como a agora identificada na África do Sul, surgirem em bolsas de não-vacinados ou de populações com baixas percentagens de vacinação. Este é um risco que acresce à inflação persistente e à possibilidade de menor fulgor na China e que poderá significar um abrandamento no crescimento.

Como tal, a organização defende que a prioridade em termos de política deve ser uma ágil e eficiente distribuição das vacinas disponíveis contra a Covid-19, complementada por uma estratégia na vertente monetária que continue a apoiar a recuperação da economia real. Ainda assim, as autoridades monetárias devem “sinalizar claramente a extensão a que permitirão a inflação correr acima do objetivo” definido para este indicador.

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