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OE2021: “Governo recusa todas as medidas que condicionem apoios à manutenção de emprego”, diz Catarina Martins

A líder dos bloquistas receia que a resposta à crise possa “encher os bolsos a uma elite enquanto deixa a generalidade da população com uma vaga de desemprego e sem nenhuma resposta”.
12 Outubro 2020, 11h45

Catarina Martins afirma que um dos motivos para o Bloco de Esquerda não poder viabilizar o Orçamento do Estado, neste momento se deve ao facto do Governo não avançar e recusar todas as propostas apresentadas pelos bloquistas para o documento, nomeadamente sobre a questão do emprego em Portugal.

“Não há nenhum avanço porque o Governo recusa todas as medidas que façam condicionar apoios à manutenção do emprego, excetuando a permanência do lay-off que acaba por proteger apenas quem tem vínculos mais estáveis. Os trabalhadores precários estão completamente desprotegidos”, referiu em entrevista esta segunda-feira, 12 de outubro, à “Antena 1”.

A líder dos bloquistas acrescenta ainda que nos novos fundos que se anunciam para a economia portuguesa, o Governo não prevê qualquer condição para que quem recebe esse dinheiro mantenha o emprego e salienta a necessidade de apoiar a economia e as empresas.

“Estamos todos de acordo que é preciso um grande incentivo à economia e de apoio às empresas, mas esse apoio tem de ser em nome de um interesse público que tem de ser o emprego e o salário”, salienta, mostrando no entanto receio que a resposta à crise possa “encher os bolsos a uma elite enquanto deixa a generalidade da população com uma vaga de desemprego e sem nenhuma resposta”.

Apesar de afirmar que, neste momento, o BE não viabiliza o OE2021 “da maneira em que está” feito, Catarina Martins frisa que as negociações não fecharam, dado que “não é o Governo que decide unilateralmente que fecha as negociações”, sendo que o Bloco de Esquerda continua a manter em cima da mesa todas as suas propostas.

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