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OE2022: CDS diz que iniciativa privada e empresas são “parente pobre deste Orçamento”

Cecília Meireles critica documento apresentado por João Leão pela escassez de medidas destinadas a fomentar a recuperação das pequenas e médias empresas mais afetadas pela pandemia. E, antecipando novo voto contra do CDS-PP, diz que os centristas prefeririam um alívio fiscal transversal a todo o IRS.
  • Mário Cruz/Lusa
12 Outubro 2021, 11h38

A deputada centrista Cecília Meireles disse que não antecipa “que haja surpresas” quanto à orientação de voto do CDS-PP na votação na generalidade do Orçamento do Estado, recordando que o seu partido votou contra todos os anteriores orçamentos do PS e da ‘Geringonça’. E ao documento entregue no final desta segunda-feira por João Leão apontou o defeito de encarar a iniciativa privada e as empresas como “o parente pobre deste Orçamento”.

“Não se pode redistribuir sem antes criar riqueza”, disse Cecília Meireles, descrevendo o Orçamento do Estado para 2022 como um documento que tira sobretudo partido do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) “quase como se fosse um livro de cheques socialista”.

Cecília Meireles defendeu que a escassez de medidas destinadas à recuperação das empresas mais afetadas pela pandemia de Covid-19 leva a que Portugal não conste entre os oito países da União Europeia que no final do primeiro semestre deste ano já tinham recuperado os valores do produto interno bruto que tinham em 2019. “Portugal está a recuperar mais devagar do que a média europeia”, disse a deputada, identificando as pequenas e médias empresas e os pequenos comerciantes como as principais ‘vítimas’ das opções de política orçamental do Executivo de António Costa.

Admitindo que ficará mais esclarecida depois de ler todo o documento, a deputada realçou que os centristas prefeririam um alívio fiscal “que fosse transversal a todo o IRS”, garantindo que terá de fazer muitas simulações para perceber o impacto das mexidas nos escalões. “Não garanto que nenhum português vai passar a pagar mais”, disse, mesmo elogiando um “conjunto de medidas simpáticas”, nomeadamente quanto ao tratamento fiscal para famílias que tenham filhos a seu cargo.

Também criticada por Cecília Meireles foi a recusa do Governo em reverter o adicional do imposto sobre produtos petrolíferos, que permitiria gasóleo e gasolina mais baratos e seria benéfico para a produção industrial e agrícola.

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