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Oficial: Preocupações com a fronteira da Irlanda obrigam May a adiar votação do Brexit

A líder do Partido Conservador considera que se a votação dos termos de saída do Reino Unido da União Europeia no Parlamento fosse esta terça-feira, conforme previsto, o acordo do Brexit seria chumbado.
  • Stefan Wermuth / Reuters
10 Dezembro 2018, 16h01

A primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou esta segunda-feira que existe uma preocupação generalizada dos deputados com a questão da Irlanda de Norte, que obriga a um adiamento da votação-chave dos termos de saída do Reino Unido da União Europeia (UE). A líder do Partido Conservador considera que se a votação do documento no Parlamento fosse esta terça-feira, conforme previsto, o acordo do Brexit seria chumbado.

“Embora haja um grande apoio dos deputados em aspetos essenciais do acordo, a questão da fronteira da Irlanda do Norte gera profundas preocupações”, afirmou Theresa May, na Câmara dos Comuns (câmara baixa do Parlamento britânico). “Se realizássemos amanhã [terça-feira] a votação, o acordo seria chumbado. Assim sendo, vamos alterar a votação”, anunciou.

A líder conservadora fez saber que, esteve a ouvir a opinião dos deputados sobre o esboço do acordo do Brexit que quer levar a Bruxelas, procurando “garantias adicionais” de que este seria aprovado. No entanto, a ideia de criar um backstop, evitando qualquer fronteira física na ilha da Irlanda, em detrimento de um acordo aduaneiro temporário, não agradou aos deputados do Parlamento britânico.

“O Brexit vai criar uma situação completamente nova. O desafio deve ser respondido, não com retórica, mas com soluções reais. Este acordo é o melhor para o país: dá-nos controlo das nossas fronteiras, do nosso dinheiro e das nossas leis”, sublinhou Theresa May.

O adiamento da votação vem agitar ainda mais as negociações do Brexit. Caso o Parlamento se recuse a ratificar o esboço de saída do Reino Unido da UE, os britânicos podem vir a deixar o bloco europeu sem qualquer tipo de acordo, desencadeando ainda mais incerteza política e económica. A falta de consenso pode levar ainda à demissão de Theresa May e arrastar o Reino Unido para uma nova eleição e um novo referendo para resolver a crise.

 

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