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OMS alerta para um segundo pico na primeira vaga da Covid-19

Um segundo pico ou vaga pode ainda surgir durante a época normal da gripe, “o que pode complicar muito o controlo da doença”, alerta a OMS.
26 Maio 2020, 15h17

Se numa fase inicial recusou uma segunda onda de novos casos do novo coronavírus, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta agora para a existência de um segundo pico de casos durante a primeira vaga, avançam a CNN e a NBC News.

O diretor-executivo do programa de emergências da OMS, Mike Ryan, esclareceu que o mundo ainda se encontra “a meio da primeira vaga”. Ainda que alguns países estejam a verificar um decréscimo no número de novos casos, Mike Ryan admite que esta é uma “fase em que a doença ainda está a crescer”.

O responsável pelo programa de emergências destacou o contínuo aumento de casos na América Central e do Sul, sul da Ásia e em África.

Mike Ryan disse na conferência de imprensa que as epidemias apresentam várias vagas, o que significa que os surtos podem acontecer mais tarde no mesmo ano, nomeadamente em locais onde o vírus teve origem.

O diretor do programa disse que as hipóteses da taxa de contágio aumentar outra vez são bastante significativas, especialmente se as restrições aplicadas durante a primeira vaga forem levantadas cedo demais.

“Quando falamos de uma segunda vaga, quer dizer que existe uma primeira vaga por si só, e que existe uma repetição meses mais tarde”, admitiu Ryan.

“Precisamos de estar conscientes de que a doença pode aumentar a qualquer momento”, apontou Mike Ryan. “Não podemos estar a fazer suposições apenas porque a doença agora está em declínio e se se vai manter em declínio”, porque uma segunda vaga do vírus pode demorar a chegar, mas um segundo pico pode surgir a qualquer momento com o aumento significativo de casos, destacou.

De acordo com o responsável das emergências, um segundo pico ou vaga pode ainda surgir durante a época normal da gripe, “o que pode complicar muito o controlo da doença”.

Também a epidemiologista de doenças infecciosas da OMS, Maria Van Kerkhove, garantiu que “todos os países precisam de se manter em alerta. Todos os países precisam de estar prontos para detetar os casos rapidamente, mesmo os países que tiveram sucesso na supressão [de novos casos]”, indicou Kerkhove, acrescentando que “mesmo os países que observaram um declínio no número de casos devem ficar atentos”.

Van Kerkhove garantiu ainda que, caso surja uma nova oportunidade, o vírus pode criar um novo surto de contágio. “A marca do coronavírus é a sua habilidade de se amplificar em determinadas condições, e a sua habilidade de transmissão”, sustentou a epidemiologista, afirmando que “quando o vírus tem a oportunidade, pode transmitir-se rapidamente”.

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