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OMS: “Pandemia está a avançar mais rápido do que a vacinação”

Numa altura em que os países mais pobres continuam com dificuldades em aceder às vacinas, os países mais ricos avançam no processo de vacinação. Face a esta realidade desequilibrada, a OMS pede que o G7 reforce e antecipe o compromisso de doar mil milhões de doses.
  • John Minchillo/AP Photo
15 Junho 2021, 15h51

Numa altura em que mais de 2,20 mil milhões de vacinas contra a Covid-19 foram administradas (sendo que destas, 480 milhões estão já imunizados), a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece os esforços no processo de vacinação, nomeadamente o mais recente compromisso dos G7, mas alerta que ainda não é suficiente para erradicar a pandemia.

“É uma grande ajuda, mas precisamos de mais e mais rápido” afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, esta terça-feira, durante a conferência diária. “O vírus está a mover-se mais rapidamente do que a distribuição mundial de vacinas. Mais de 10 mil pessoas estão a morrer todos os dias, estas comunidades [mais pobres] precisam de vacinas e precisam delas agora, não no próximo ano”.

G7 compromete-se em fornecer mais de mil milhões de doses de vacinas anti-Covid

O alerta foi dado na sequência do acordo assinado pelos líderes do G7, durante o fim de semana, em que foi anunciado que iriam ser distribuídas pelos países mais pobres mais de mil milhões de doses de vacinas no próximo ano — um aumento face às 130 milhões de doses prometidas em fevereiro.

A reação do líder da OMS vai em linha com as críticas de especialistas que alertaram que seriam necessárias cerca de 11 mil milhões de doses para o mundo estar à altura do combate à pandemia.

A maioria das doses a serem doadas pelas sete maiores potencias económicas do mundo serão feitas através do programa de distribuição de vacinas comunitário, Covax que distribuiu, até agora, mais de 87 milhões de doses para 131 países, um valor que fica aquém das expectativas. A OMS, responsável por esta ferramenta, quer, pelo menos, 70% da população vacinada até à próxima reunião dos G7, no próximo ano.

Porém, “para fazermos isso, vamos precisar de 11 mil milhões de doses. O G7 e o G20 conseguem fazer isso acontecer”, afirmou o responsável.

A organização mundial sem fins lucrativos Médicos Sem Fronteiras também já questionou a ambição e sinceridade por detrás desta proposta dos G7 em alcançar uma distribuição justa por todos os países: “Precisamos de mais clareza quanto ao número de doses que já foram doadas e quanto tempo demorará até que os compromissos anunciados de concretizem”, cita o “The Guardian”, as declarações de um dos responsáveis.

Além do compromisso em doar mil milhões de doses, os G7 comprometeu-se em reforçar o combate à pandemia, nomeadamente, através da redução de até 100 dias para a atribuir uma licença para as vacinas contra a Covid-19.

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