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ONG denuncia crescimento do populismo cresce na Europa e oportunismo contra migrantes

Os partidos populistas influenciaram a política europeia em 2018, ano no qual se assistiu a uma “abordagem oportunista” contra os migrantes no seio da União, nomeadamente em Itália, Hungria e Áustria, revela um relatório da Human Rights Watch.
17 Janeiro 2019, 09h51

Os partidos populistas influenciaram a política europeia em 2018, ano no qual se assistiu a uma “abordagem oportunista” contra os migrantes no seio da União, nomeadamente em Itália, Hungria e Áustria, revela um relatório da Human Rights Watch.

Segundo o relatório daquela organização não-governamental (ONG) focado no ano passado, “apesar de as chegadas de migrantes e de requerentes de asilo terem diminuído para níveis anteriores a 2015”, verificou-se na União Europeia (UE) uma “abordagem austera e frequentemente oportunista anti-imigração vinda de alguns governos […], incluindo os de Itália, Hungria e Áustria”.

A Human Rights Watch (HRW) acrescenta que, também neste ano, “líderes populistas de Estados-membros da UE usaram a questão da migração para criar medo e aumentar o apoio nas urnas”, o que influenciou também a “posição europeia” sobre estes assuntos.

Assim, “com as divergências [entre os Estados-membros] a bloquearem” o acolhimento em países europeus de migrantes e requerentes de asilo, o foco foi “mantê-los longe” da União, observa a HRW, falando em “medidas polémicas” como a cooperação com outros países com menores recursos fora da UE para prestar esse apoio.

Em 2018, “os partidos e ideias extremistas populistas voltaram a exercer uma enorme influência sobre a política europeia”, refere o relatório, recordando os resultados eleitorais na Hungria, Itália, Áustria e também na Suécia, Eslovénia e Alemanha (eleições regionais).

Ao mesmo tempo, “o partido populista continuou no poder na Polónia, apesar de ter perdido força nas eleições locais” e, na Alemanha, a agenda política ficou marcada por ideias contra imigrantes, refugiados e muçulmanos, recorda o mesmo documento.

Já na Dinamarca, as autoridades “introduziram uma série de medidas para reforçar os ‘valores dinamarqueses’ distinguindo certas áreas como ‘guetos’ tendo em conta a quantidade de residentes oriundos de minorias ou com historial de imigração e com baixo estatuto socioeconómico”, aponta a ONG.

Assistiu-se ainda a “casos de racismo ou de incitação ao ódio em muitos países da UE”, como na Bulgária, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Itália, Eslováquia, Espanha e Reino Unido, conclui a HRW.

Dados desta ONG, incluídos no relatório, demonstram que, até meados de novembro do ano passado (os números mais recentes), registaram-se 107.900 chegadas de migrantes aos países da UE por mar (a grande maioria) ou por terra.

Este número compara com um total de 172.300 chegadas no período homólogo de 2017.

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