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OPA à EDP: as reações à oferta chinesa para controlo da elétrica

Da esquerda à direita, passando pelo Governo e até por órgãos de comunicação social de referência ao nível mundial, estas foram as reações a um negócio que pode valer perto de 12 mil milhões de euros.
  • Cristina Bernardo
14 Maio 2018, 07h20

Seis anos depois da entrada no capital da elétrica, os chineses da China Three Gorges anunciaram a intenção de avançar com uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) para assumir o controlo da EDP.

A China Three Gorges (que já é o maior acionista da EDP, com 23,27% do capital social) lançou uma Oferta Pública de Aquisição voluntária sobre o capital da EDP, oferecendo uma contrapartida de 3,26 euros por cada ação, mais 4,82% face ao fecho do mercado na sexta-feira, de 3,11 euros.

De acordo com o anúncio preliminar de lançamento da OPA, a China Three Gorges oferece uma contrapartida de 3,26 euros por ação, avaliando, assim, a EDP em cerca de 11,9 mil milhões de euros.

Da esquerda à direita, passando pelo Governo e até por órgãos de comunicação social de referência ao nível mundial, estas foram as reações à OPA à EDP.

 

“Aquilo que pode e deve ser determinante para o futuro da EDP é a recuperação do controlo público da empresa elétrica nacional. Uma empresa que é estratégica para os interesses nacionais, da qual depende grande parte da economia portuguesa, tal como o conjunto de equipamentos e funções públicas, não pode estar sujeita à disputa por parte de grupos económicos ou de Estados estrangeiros sobre o seu controlo acionista”.
Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do PCP
“Há entidades que são reguladores e supervisoras e o que pedimos e esperamos é que estejam atentas e escrutinem todo o processo para que todo o processo decorra nos estritos termos da lei. A única coisa que o poder político pode exigir é que todos os poderes reguladores e de supervisão estejam atentos e evitem que alguma coisa se possa processar à margem da lei”.
Nuno Melo, vice-presidente do CDS-PP

“A oferta representa uma proposta económica atraente para os acionistas da EDP e a perspetiva de um futuro próspero para todos os ‘stakeholders’ [partes envolvidas]. Estamos muito satisfeitos por reforçar o nosso compromisso estratégico para o desenvolvimento de longo prazo da EDP”.

Lu Chun, ‘chairman’ da China Three Gorges Corporation

“O mercado decidirá. A China Three Gorges é há muitos anos acionista de referência da EDP e não temos nenhuma reserva a opor. As coisas têm corrido bem. O que é importante todos sabermos e o que devemos estar interessados é o que é que os acionistas que propõem lançar uma OPA propõem fazer com a empresa, qual o futuro que veem para a empresa e que ambição para o desenvolvimento da empresa. Espero que seja uma boa ambição para a nossa economia”.
António Costa, primeiro-ministro
“Portugal vai querer a sua principal concessionária de energia controlada por uma entidade estatal estrangeira? Uma nação autoritária gigantesca a desempenhar este papel numa pequena democracia causa apreensão”.
Editorial no Financial Times

“Esta iniciativa dos chineses tem um ponto forte, que é o projeto que eles apresentam, é um ponto muito forte e talvez para o comum dos cidadão o ponto mais forte. E isso é manter a EDP portuguesa, autónoma, com sede e estrutura operacional em Portugal. Segundo, que a EDP se torne mais forte e mais forte e competitiva porque querem incorporar na EDP  participações que têm noutros países, na Alemanha, no Brasil, na Polónio, portanto isso também é bom. Terceiro, querem a EDP cotada em bolsa, querem ficar com 50 ou 60% do capital. Finalmente, querem uma EDP unida e não desmantelada, divida ou partilhada. Ponto fraco, é o preço. O preço que os chineses propõem é uma vulnerabilidade. Julgo que não há ninguém que vá subscrever”.

Luís Marques Mendes, comentador da SIC

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