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Operação cartão vermelho: Inspetor do fisco “satisfeito” com as buscas que terminaram só de madrugada (com áudio)

Paulo Silva fez hoje um balanço positivo das operações de busca que culminaram na detenção de Luís Filipe Vieira. O fisco está agora a preparar-se para enviar as provas para o Ministério Público.
8 Julho 2021, 12h14

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As buscas na operação cartão vermelho que arrancaram na quarta-feira só terminaram na madrugada desta quinta-feira. O inspetor que lidera a investigação pela Autoridade Tributária (AT) fez hoje um balanço positivo da operação.

“Foram realizadas 44 buscas, concretizadas pelos elementos da AT de Braga, Porto, Aveiro e Lisboa”, diligências que contaram com membros da Unidade de Grandes Contribuintes (UGC), disse hoje Paulo Silva, citado pela “SIC”.

“O que estava planeado foi tudo concretizado. As operações acabaram depois da hora, duas da manha, estamos muito satisfeitos com as diligencias. Estamos a fazer o rescaldo e a preparar as coisas para entregar ao Ministério Publico”, acrescentou.

Luís Filipe Vieira vai ser esta quinta-feira interrogado no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa. O inquérito está a ser dirigido pelo procurador do Ministério Público Rosário Teixeira, com o juiz Carlos Alexandre a ser o responsável pela instrução criminal deste processo.

O presidente do Benfica passou a noite no Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, em Moscavide, depois de ter sido detido na quarta-feira. Em causa estão factos ocorridos, “essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente e suscetíveis de integrarem a prática, entre outros, de crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento”, segundo avançou o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) na quarta-feira.

A investigação está a ser dirigida pela Autoridade Tributária (AT) que analisa “negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades”, de acordo com o DCIAP.

Além do presidente do Benfica, também se encontram detidos o empresário José António dos Santos, conhecido por ‘rei dos frangos’, e o maior acionista privado da SAD benfiquista com 12% do capital, o empresário Bruno Macedo, e o filho do presidente benfiquista, Tiago Vieira, de acordo com a “TVI 24”.

Segundo o jornal “Nascer do Sol”, o presidente do Benfica é também suspeito do crime de abuso de confiança referente a ganhos milionários que obteve na venda de 25% do capital do Benfica SAD a um empresário estrangeiro. Esta investigação teve origem no processo Monte Branco, uma rede suíça de fraude fiscal e de branqueamento de capitais que operava em Portugal e foi desmantelada em 2011.

No âmbito deste inquérito foram cumpridos 45 mandados de busca, abrangendo instalações de sociedades, domicílios, escritórios de advogados e uma instituição bancária, com as buscas a terem lugar em áreas de Lisboa, Torres Vedras e Braga. Nas diligências foram detidas quatro pessoas, dois empresários, um agente desportivo e um dirigente desportivo, segundo o MP.

Na operação participaram 66 Inspetores Tributários, sendo 25 da Direção de Finanças de Braga, 8 da Direção de Finanças do Porto, 26 da Direção de Finanças de Lisboa e 2 da Direção de Serviços de Investigação da Fraude e de Ações Especiais (DSIFAE), para além de 9 elementos do Núcleo de Informática Forense desta Direção. Participaram ainda 4 magistrados do Ministério Público, 3 Juízes de Instrução Criminal e 74 polícias da PSP, 9 dos quais a exercerem funções no DCIAP.

 

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