O Bloco de Esquerda (BE) acredita que o Orçamento Suplementar poderia “ir mais longe” e dar uma resposta “mais robusta” à crise provocada pela pandemia da Covid-19. A coordenadora nacional do BE, Catarina Martins, lamenta a aproximação entre o PS e PSD para chumbar algumas das propostas de apoio extra às famílias, mas reconhece alguns avanços, como a garantia de baixa paga a 100% para doentes com Covid-19.
“Acreditamos que teria sido possível ir mais longe e esta resposta, ainda que de emergência, podia ser mais robusta e podia permitir ao país mais condições para reagir à crise e permitir às pessoas que estão a sofrer os efeitos da crise mais apoio. Lamentamos que não tenha sido possível ir mais longe”, afirmou Catarina Martins, à saída do plenário onde foi aprovado o Orçamento do Estado, com os votos a favor do PS e a abstenção do PSD, BE e PAN.
Para o BE, “o reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e da Segurança Social públicas” e a necessidade de responder à crise com medidas de emergência social a quem perdeu mais com a crise eram “dois critérios muitos muito importantes” que deveriam ter sido incluídos na proposta orçamental. “Estes critérios guiaram o BE durante todo o tempo e, por isso, mantivemos o de voto inicial de abstenção na votação final global”, disse a líder bloquista.
Catarina Martins reconhece, no entanto, que houve alguns “avanços positivos” no Orçamento Suplementar, como é o caso da garantia de baixa paga a 100% para os doentes com Covid-19 e a garantia de apoio para setores que não tinham acesso ao subsídio de desemprego, como era o caso dos trabalhadores domésticos. Além disso, a líder bloquista elogia o aumento de dotação para o SNS e da Segurança Social inscrito no texto final do documento.
“O BE tem como mandato popular das eleições proteger o país, quem trabalha e proteger os serviços públicos e é com esse mandato que nos posicionamos sempre em torno de qualquer debate”, sublinhou.
A líder bloquistas lamenta que o PS tenha procurado entendimentos com o PSD para fazer chumbar determinadas matérias nas votações na especialidade, como foi o caso da redução da mensalidade das creches das famílias com quebra de rendimentos devido à pandemia. O PSD tinha inicialmente votado a favor das propostas do BE, PCP e PEV, mas acabou por mudar o sentido de voto e ditar o chumbo da medida na especialidade.
“Um Orçamento que o PS decida negociar com o PSD não contará certamente com o voto a favor do BE”, disse Catarina Martins.
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