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Pedro Mota Soares: “Os operadores estão preparados para o 5G”

Pedro Mota Soares, presidente da Apritel, alerta ainda para o custo global que a rede móvel de quinta geração pode ter em Portugal.
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26 Janeiro 2020, 19h24

A Apritel – Associação dos Operadores de Comunicações Eletrónicas considera que se os valores do acesso de Portugal à rede móvel de quinta geração (5G) não forem aceitáveis, a entrega de valor aos cidadãos e à economia portuguesa fica comprometida. A associação que é a voz do setor das comunicações eletrónicas no país sugere à Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom) e ao Governo: “É muito importante que entendam que o custo global tem de ser razoável, para não comprometer o investimento, a inovação e a exploração comercial do 5G”.

Em entrevista ao Jornal Económico (JE), o presidente da Apritel lembra que estamos em janeiro, com “deadlines europeus bastante curtos” para a implementação do 5G nível nacional, e ainda existem “aspetos cruciais” que não conhecidos. O relógio está a contar, porque o leilão das licenças vai acontecer em abril. “Existe ainda bastante trabalho por fazer para garantir que Portugal terá acesso ao 5G nas melhores condições. No entanto, agora temos de nos concentrar no futuro próximo e nas regras que faltam definir como as regras de funcionamento do leilão, as condições de acesso ao espectro pelos operadores que pretendam explorar o 5G, o preço a pagar pelo espectro e a revisão das taxas e obrigações associadas”, disse Pedro Mota Soares.

O antigo ministro da Solidariedade, Trabalho e Segurança Social elogia o trabalho dos operadores de telecomunicações, que têm assinado acordos quer com as universidades quer com as tecnológicas internacionais, mesmo num cenário de atrasos dos parâmetros oficiais, legais e regulamentares. “Têm estado a fazer a sua parte com um trabalho muitas vezes «invisível», mas que se irá, certamente, revelar importante na hora da efetiva transição do 5G para o cliente. Têm estado a projetar investimento, a preparar a nova tecnologia, a analisar a perceção do consumidor. Aliás, podemos dizer mesmo que os operadores estão preparados para o 5G. É importante agora que o leilão permita que os operadores entreguem o 5G para o qual estão preparados e pelo qual o país anseia”, defende.

O regulador das telecomunicações admitiu, na semana passada, que está a equacionar a obrigação de partilha de rede no leilão para o 5G. Pedro Mota Soares optou por não se pronunciar sobre modelos específicos de investimento, pois considera que é um assunto que cabe a cada operador decidir.

Segundo a Ericsson, o lançamento do 5G terá um impacto de cerca de 3,6 mil milhões de euros até 2030 na economia portuguesa. Pedro Mota Soares refere que esse efeito “será bastante expressivo”, tendo em conta que vai possibilitar a criação de novos negócios, profissões, vivências e experiências. Para a Apritel, uma das principais prioridades para 2020 será reforçar a perceção de que o setor das comunicações eletrónicas “pode e deve” ter um papel crucial para o desenvolvimento económico e social de Portugal”, diz. Questionado sobre se a associação já se reuniu com algum dos stakeholders no início deste ano, Pedro Mota Soares confirmou que sim, mas não revelou qual (ou quais) foram as entidades.

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