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OSCE quer que a Turquia liberte jornalistas presos

O governo turco decidiu libertar uma série de presos para atender ao momento especial da pandemia, mas deixou de lado todos os jornalistas que se encontram nas prisões. A razão é os jornalistas são acusados de ligação ao terrorismo.
  • Recep Tayyip Erdogan
20 Abril 2020, 07h10

O representante da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) para a Liberdade dos Media, Harlem Désir, quer saber que razões presidem ao facto de o governo turco de Recep Erdogan ter decidido manter em cativeiro todos os jornalistas que se encontram presos – e que são considerados dissidentes políticos pelo regime.

O governo turco decidiu libertar uma série de presos para tentar conter a propagação da pandemia de Covid-19 naquelas instalações, mas nenhum jornalista pôde beneficiar, segundo a OSCE, desta medida.

Em 14 de abril, o parlamento turco permitiu a libertação de milhares de prisioneiros, numa tentativa de os proteger do coronavírus, reduzindo a superlotação nas prisões. As emendas que aprovaram este decisão excluíram, entre outros, pessoas mantidas em prisão preventiva ou condenadas por acusações relacionadas com o terrorismo. “Como a maioria dos jornalistas na prisão se enquadra nessas categorias, os trabalhadores da media foram excluídos desta medida de divulgação e permanecerão atrás das grades”, refere a OSCE em comunicado.

“Embora eu acolha com satisfação as medidas tomadas pelas autoridades turcas para evitar a superlotação nas prisões como forma de combater a disseminação do coronavírus, estou desapontado e preocupado que os profissionais dos media não beneficiem dessa medida. Os jornalistas não devem ser mantidos na prisão por causa do seu trabalho ou estarem associados ao terrorismo. Nas circunstâncias atuais, e diante da emergência de saúde nas prisões, exorto as autoridades turcas a incluir jornalistas nesta nova medida e a libertá-los ”, disse Désir, citado pelo comunicado.

O representante da OSCE lembrou que, em uma carta enviada ao Ministro de Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu em 20 de março, enfatizou que “nas circunstâncias atuais, uma decisão humanitária deve ser tomada em favor desses jornalistas detidos, permitindo-lhes reunir-se com suas famílias”.

Désir disse que existem muitos jornalistas presos com problemas de saúde ou com alguma idade, o que os colocaria em risco particular de contrair o vírus.

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