[weglot_switcher]

Otimismo inunda Wall Street em véspera de Powell e empregos

Para hoje os olhares estarão nos non-farm payrolls e nas declarações de Jerome Powell, com ambos os eventos a terem importância suficiente para causar uma forte volatilidade no mercado, caso exista alguma surpresa mínima.
6 Setembro 2019, 09h33

Dias como o de ontem já não são novidades nos últimos meses, nomeadamente o facto dos investidores aproveitarem qualquer pretexto para puxarem pelos índices, não obstante a qualidade do catalisador deixar muito a desejar. Refiro-me ao facto de só a simples notícia de que os EUA e a China chegaram a acordo quanto a uma data para a próxima reunião, ter sido suficiente para um mar de optimismo que invadiu ontem Wall Street. É porque na realidade chegámos ao ponto, quiçá muito perto do ridículo, que basta uma mínima aparência de que o processo não está parado, para que não seja tomada em conta a gravidade e o risco real que o mesmo representa, visto que é preciso não esquecer que já uma boa parte das exportações chinesas para os EUA está sujeita a tarifas de 25%.

Num estudo conduzido pelo Federal Reserve os economistas apontam para um impacto de 1% de menor crescimento do PIB mundial e concretamente na economia norte-americana até ao início de 2020, só por causa da incerteza gerada pelo arrastar do conflito, o que representa uma quebra de $200 biliões. Quero com isto dizer que navegamos em tempos de alguma incongruência, areias movediças que podendo não significar um movimento de correcção nos tempos mais próximos, mas que definitivamente aumentam a probabilidade de uma qualquer agulha rebentar a bolha de liquidez que existe no sistema. Recordo que ao nível empresarial os resultados deste ano estão muito longe de acompanhar a subida de quase 20% que se verifica no S&P500, estando o principal índice mundial muito perto de novos máximos históricos.

Veremos até quando é que a promessa de juros baixos irá servir de suporte aos Bulls, sendo que ontem os receios que se verificaram há uns dias desapareceram por completo, tendo os activos refúgio sofrido perdas consideráveis, não apenas nas acções, com os sectores refúgio a serem os únicos a ceder terreno. Nas matérias-primas o Ouro esteve sobre forte pressão vendedora e recuou -2.2% para os $1,526 por onça, contudo os ganhos deste activo em 2019 ainda se cifram nos 18%. O Yen também não fugiu à fuga da segurança e desvalorizou -0.5% para os 106.89.

Para hoje os olhares estarão nos non-farm payrolls e nas declarações de Jerome Powell, com ambos os eventos a terem importância suficiente para causar uma forte volatilidade no mercado, caso exista alguma surpresa mínima.

O gráfico de hoje é do S&P500, o time-frame é diário

Com a subida de hoje e os novos máximos muito perto, a diferença da consolidação (círculos) ter sido feita este ano acima da média móvel dos 200 dias, fez toda a diferença ao nível técnico em relação ao movimento similar do ano passado, e é um exemplo de como se pode retirar mais informação de um gráfico, com vista a uma análise mais eficaz.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.