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Pablo Forero vê com bons olhos um IPO do BFA

O BPI vai manter a marca e a Allianz vai continuar a parceria nos seguros, garantiu ainda o presidente do BPI.
30 Janeiro 2018, 17h58

“Vemos com bons olhos essa possibilidade”, disse o presidente do BPI quando questionado sobre a intenção de reduzir a participação no banco angolano através de hipotética Oferta Pública Inicial (IPO), anunciada recentemente por Isabel dos Santos.

A empresária angolana revelou no final do ano que estão a preparar a entrada em bolsa do Banco de Fomento de Angola e a venda de uma participação no BIC.

“Se houver a operação de IPO [Oferta Pública Inicial], vemos com bons olhos essa possibilidade, vemos com interesse a possibilidade de vender parte das nossas ações nessa operação”, afirmou Forero.

Como se sabe é uma recomendação do BCE que o BPI reduza a participação no BFA abaixo dos 48%.

Pablo Forero realçou que não têm uma data definida e que não está nada previsto para 2018.

“A venda do BFA precisa de muito trabalho porque não é cotado”, disse o presidente do banco português que por isso vê com bons olhos uma entrada do BFA em bolsa.

O BPI não participa na gestão executiva do BFA, apesar de ter uma participação de 48%, lembrou Forero.

O BFA é detido em 51,9% pela Unitel, que é controlada por Isabel dos Santos, e em 48,1% pelo BPI.
Isabel dos Santos, dona da Unitel, revelou em dezembro que o IPO deverá incidir sobre 25% do capital do BFA e deverá ser realizada no primeiro trimestre de 2019. Onde? “Ainda estamos a discutir sobre qual seria o melhor local Londres ou Lisboa”, afirmou a empresária angolana. “Mas já deixámos clara a nossa intenção ao banco central de Angola e a perspectiva foi positiva”, disse ainda.

Tendo em vista o IPO do BFA, “contratámos alguns conselheiros financeiros” para ajudarem a organizar a operação, adiantou Isabel dos Santos.

Angola com impactos não recorrentes no BPI
O lucro consolidado “como reportado” atingiu 10,2 milhões de euros, absorvendo totalmente custos e efeitos contabilísticos extraordinários da participação financeira em Angola.

O lucro da atividade em Portugal sobe para 191 milhões, o que representa um aumento de 21% num ano, excluindo resultados não recorrentes.

O resultado consolidado do BPI em 31 de dezembro inclui um impacto negativo extraordinário de 107,4 milhões de euros no contributo do BFA do 4.º trimestre, dos quais ‐69 milhões de euros (estimativa do BPI) decorrentes da aplicação do IAS 29.

Os impactos não recorrentes negativos foram  ao todo de  ‐389 milhões (após impostos). Dos quais em Portugal foram de ‐69 milhões, que é o saldo entre os custos com o programa de rescisões e reformas antecipadas voluntárias (‐78 milhões ) e um ganho com a venda da BPI Vida e Pensões (+9 milhões).

Já os impactos relativos ao BFA foram de ‐320 milhões de euros no primeiro trimestre, com a venda de 2% do BPI no 1.º trimestre: o que inclui a venda de 2% do BFA e respetiva desconsolidação (‐212,3 milhões); no 4.ºtrimestre: implica o impacto extraordinário negativo, de ‐107,4 milhões, dos quais ‐69 milhões (segundo uma estimativa do BPI) decorrentes da classificação de Angola como economia de elevada inflação pelas empresas internacionais de Auditoria e consequente o efeito no reconhecimento contabilístico da participação no BFA de acordo com a norma internacional de contabilidade IAS 29.

No final do mês de dezembro, as maiores empresas internacionais de Auditoria indicaram que em 2017 Angola deveria ser considerada uma economia de elevada inflação nos termos do IAS 29, diz o banco.

“Os valores estimados pelo BPI na participação no BFA pela aplicação do IAS 29 nas demonstrações financeiras consolidadas de 31 de dezembro de 2017 consideram uma taxa de inflação de 23% em Angola em 2017 e implicaram um ligeiro aumento (2%) do valor da participação de 48,1% no BFA, decorrente da reavaliação dos activos não monetários (activos tangíveis)”, descreve o BPI.

E implicaram um ligeiro aumento do total dos capitais próprios consolidados do Banco BPI (pelo mesmo montante), embora com impacto negativo estimado nos resultados líquidos, decorrente da perda na posição monetária líquida (‐69 milhões); em contrapartida de um impacto positivo nas reservas de reavaliação (cambiais).

Sem os impactos não recorrentes o BPI teria recebido uma contribuição do BFA e do BCI (Moçambique antes de impactos extraordinários de  208  milhões  (+40 milhões num ano).

Sem estes impactos extraordinários o resultado do BFA no quarto trimestre sair em linha com os trimestres anteriores.

Allianz está para ficar, e a marca BPI também

Pablo Forero garantiu pela primeira vez que vai manter a marca BPI, e disse também que vai manter a aliança com a Allianz.

Sobre a emissão de dívida regulatória MREL, Pablo Forero disse saber que vão acontecer duas coisas: a redação final da medida do BCE vai ser mais positiva para os bancos comerciais europeus e os bancos vão ter mais tempo para fazer as emissões de dívida subordinada MREL.

O BPI não tem previsto fazer qualquer emissão de MREL (dívida bail-inável) este ano.

(actualizado)

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