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Paddy Cosgrave: “Atingimos o número perfeito para Lisboa”

“Esgotámos a nossa capacidade máxima. Temos mais de 77 mil pessoas acreditadas e construímos 22 mil m2 em estruturas temporárias enquanto o resto do recinto não está concluído”, revelou o irlandês. “Creio que atingimos o número perfeito para Lisboa e eu estou ok com isso”, disse Paddy Cosgrave.
  • Sam Barnes/The Gathering
5 Novembro 2019, 13h29

São 77.469 as pessoas de 163 países que vão passar pela quarta edição da Web Summit em Lisboa. São números que impressionam e, para Paddy Cosgrave, co-fundador e CEO da Web Summit, são números perfeitos para a cidade.

“Esgotámos a nossa capacidade máxima. Temos mais de 77 mil pessoas acreditadas e construímos 22 mil m2 em estruturas temporárias enquanto o resto do recinto não está concluído”, revelou o irlandês. “Creio que atingimos o número perfeito para Lisboa e eu estou ok com isso”, disse Paddy Cosgrave.

O CEO da Web Summit falava durante uma conferência de imprensa que se realizou no segundo dia da feira tecnológica deste ano e fez um conjunto de revelações que apanharam de surpresa os jornalistas.

“É inegável que teremos uma correcção do mercado significativa e eu acredito que muitas empresas unicórnios vão desaparecer nos próximos doze meses”, antecipou Paddy Cosgrave. “E muitas pessoas ricas vão perder muito dinheiro”. Desafiado a anunciar um unicórnio que vá desaparecer, o irlandês referiu a multinacional de co-work, a WeWork.

Paddy Cosgrave abordou ainda que as questões editoriais da Web Summit vão estar no centro da reflexão da organização. “Eu cresci numa quinta e nós não temos um foco na agricultura. Mas considero que a alimentação é importante e é um espaço onde vai acontecer muita inovação”, referiu.

O meio ambiente não foi esquecido pelo co-fundador da Web Summit e abordou a existência de garrafas de plástica no recinto. “Nós fizemos um enorme esforço para reduzir o desperdício mas um dos fornecedores entregou 72 mil garrafas de plástico, é a primeira vez em três anos que isso acontece”, disse Paddy Cosgrave. “Tivemos que tomar uma decisão entre não haver água para os participantes ou haver água para eles. Decidimos que deveria água para os participantes. Estou aborrecido com isto, mas é o que é”, vincou Paddy Cosgrave.

Questionado sobre histórias engraçadas que presenciou ao longo das várias edições da Web Summit, Paddy Cosgrave mencionou uma que envolve Elon Musk, dois amigos e (talvez) copos a mais e outra sobre um empreendedor que, contra todas as expectativas, se tornou um empreendedor internacional.

“Dois amigos meus roubaram o Telsa model S do Elon Musk. Estavam bêbedos e a polícia teve de ir buscar o carro e voltar a entrega-lo ao Elon Musk”, contou Paddy Cosgrave. “Isto foi em Dublin e eu achei hilariante”.

Mas, talvez com menos graça mas com mais impacto – tendo em conta o cariz tecnológico da Web Summit – foi a história sobre um empreendedor colombiano chamado Juan Pablo Ortega que viajou da Colômbia para a Dublin, em 2015, contra os conselhos da própria Web Summit.

“Ele veio com o objetivo de conhecer pessoas que possivelmente pudesse contratar, falar com os meios de comunicação e eventualmente com investidores. Tratava-se de uma startup da Colômbia mas, na realidade, não era mais do que uma ideia de uma equipa com três pessoas”, lembrou Paddy Cosgrave. “Ele persistiu e tornou-se no primeiro unicórnio da Colômbia e é a startup da América do Sul mais falada”.

“Eu gosto imenso de histórias assim. O Juan Pablo demonstrou que toda a gente estava errada”, salientou o CEO da Web Summit.

“É muito fácil ignorar os pitches dos empreendedores que estão a começar, mas que estão carregados com toneladas de energia”, disse Paddy Cosgrave. “É verdade que muitos deles vão falhar. Mas no meio deste oceano de startups estão aquelas empresas que vão definir a próxima década”, frisou o CEO da Web Summit.

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