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Panamá Papers: Lionel Messi pode estar novamente no olho do furacão

Condenado por evasão fiscal em 2017, o jogador do Barcelona pode passar por novos problemas legais. A sua ‘velha’ offshore pode estar a ser usada para branqueamento de capitais.
  • Leonel Messi
21 Junho 2018, 07h38

Lionel Messi pensou que seus problemas fiscais já faziam parte do passado, depois de ter sido condenado em 2017: com multa por evasão fiscal decidida em maio de 2017, o futebolista do FC Barcelona escapou da prisão e pôde concentrar-se no próximo grande objetivo da sua carreira: vencer o Campeonato do Mundo com a Argentina.

Mas o jornal ‘Le Monde’ e seus parceiros no consórcio de investigação do ICIJ investigaram uma nova fuga de documentos confidenciais da Mossack Fonseca, a firma panamiana que está por trás do escândalo conhecido por Panamá Papers.

A divulgação de novos arquivos da firma offshore de advogados analisados ​​pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) enfraquecem as declarações dos advogados de Messi numa matéria que o futebolista considerava encerrada.

Em abril de 2016, a investigação do ICIJ revelava que Lionel Messi e o seu pai são proprietários de uma empresa panamiana, a Mega Star Enterprises, desde 2013. As informações embaraçosas para o futebolista argentino, já ‘tramado’ pelo fisco espanhol num caso de evasão fiscal sobre os seus direitos de imagem – voltam a aparecer.

O jogador do FC Barcelona chegou a afirmar que “a empresa panamiana mencionada por essa informação está completamente inativa e nunca teve fundos ou contas correntes abertas”. A história poderia ter terminado ali, se a Mossack Fonseca não tivesse visto os seus arquivos devassados pela segunda vez. Entre os 1,2 milhões de novos arquivos obtidos pelo diário alemão Süddeutsche Zeitung, e partilhados com o ICIJ em 2018, há muito mais.

Num email enviado em maio de 2016, um advogado do escritório uruguaio da Mossack Fonseca garante, por exemplo, que “o cliente está a usar bem a empresa” Mega Star Enterprises.

Se a sociedade não está ativa, como dizia Lionel Messi, o jogador poderia ter aproveitado a oportunidade para deixá-la ‘morrer?, diz o ‘Le Monde’, Mas, de acordo com documentos obtidos do Registo Comercial do Panamá, a sua empresa Mega Star ainda está ativa em junho de 2018 e é administrada por uma nova empresa, concorrente Mossack Fonseca, a Orillac, Carles & Guardia. Esta transferência de administração só pode ocorrer com o acordo expresso dos acionistas da empresa, ou seja, Lionel Messi e o seu pai.

A evasão fiscal de Messi, que chegou a tribunal pelas mãos das autoridades fiscais espanholas, abrange os anos de 2007 a 2013, e esta empresa panamiana foi criada em 2013. Os representantes do jogador garantem que o Mega Star “não é uma estrutura nova”, mas deriva de “uma antiga entidade offshore já conhecida pelas autoridades”, revela o diário francês. E acrescentam que a Messi cumpre escrupulosamente as suas obrigações fiscais desde 2014 e recolhe os seus direitos sobre a imagem em Espanha.

Outra revelação nova do Panama Paper’s pode também ser embaraçosa para o jogador argentino: os documentos mostram que as autoridades de combate ao branqueamento de capitais do Panamá abriram uma investigação sobre a Mega Star em fevereiro de 2017 por “atividade suspeita”. Ainda é muito cedo para saber se esses elementos podem dar origem a um novo caso, Messi, diz o ‘Le Monde’, mas algumas pistas já estão aí.

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