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Pandemia deverá obrigar Galp a apresentar prejuízo de 59 milhões no segundo trimestre, dizem analistas

Segundo o consenso dos analistas divulgado pela empresa liderada por Carlos Gomes da Silva, o EBITDA – resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização – terá caído para 274 milhões de euros, o que representaria um tombo de 55,4% face aos 615 milhões no período homólogo de 2019. 
20 Julho 2020, 18h07

A Galp Energia deverá registar um prejuízo de 59 milhões de euros no segundo trimestre deste ano, segundo a média de estimativas de 24 analistas, com o impacto negativo da pandemia global da Covid-19 no mercado petrolífero a penalizar tanto o negócio de produção como o de refinação da petrolífera portuguesa.

Segundo o consenso dos analistas divulgado esta segunda-feira pela empresa liderada por Carlos Gomes da Silva, o EBITDA – resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização – terá caído para 274 milhões de euros entre abril e junho deste ano, o que representaria um tombo de 55,4% face aos 615 milhões de euros registados no período homólogo de 2019.  Os números são ajustados para corrigir os efeitos de stock (RCA).

O confinamento implementado em quase todos os países do mundo para conter a pandemia levou a fortes quedas na procura e nos preços do petróleo. A 20 de abril, a cotação do barril de petróleo West Texas Intermediate (WTI) afundou 305,97%, para fechar em menos de zero pela primeira vez, nos -37,63 dólares, castigada severamente pela queda da procura, o excesso de oferta e a escassez de espaço para armazenar esse excesso nos Estados Unidos.

No negócio de Exploração & Produção, o EBITDA da Galp terá descido 52,4% para 194 milhões de euros, enquanto no de Refinação a queda terá sido ainda mais vertiginosa, de 85,8% para 21 milhões de euros, segunda as médias das estimativas dos 24 analistas.

Volume refinado afundou quase 50%

No trading update divulgado a 13 de julho, a Galp anunciou que teve quedas de dois dígitos nas vendas e também na produção das refinarias, apesar de ter registado um aumento na produção no segundo trimestre. As vendas de produtos petrolíferos – que inclui vendas de combustível tanto ao nível grossista como retalhista – afundaram 43% face a período homólogo para 2.526 milhões de euros

As duas refinarias da petrolífera em Sines e Matosinhos produziram menos 49% no segundo trimestre face a período homólogo para 13,4 milhões de barris diários. Durante este período, a margem de refinação recuou para dois dólares por barril, menos um dólar face a período homólogo. Já a produção de petróleo da companhia registou um aumento de 18% para 130,3 mil barris por dia.

A pandemia já penalizara os resultados da empresa no primeiro trimestre, quando o lucro afundou 72% para 29 milhões de euros no , refletindo a descida da procura e dos preços do petróleo e combustíveis. Já o EBITDA recuou 5% para 469 milhões.

A empresa já tinha a 8 de abril anunciado que pretende reduzir as despesas operacionais e de investimento em mais de 500 milhões por ano durante 2020 e 2021.

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