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Pandemia faz reduzir vendas de carteiras de malparado para 500 milhões até junho, diz a Prime Yield

A Prime Yield destaca neste research que “a atividade de venda de NPL este ano deverá ser bastante reduzida, contabilizando-se além dos 500 milhões já referentes a operações concluídas, outros 1,5 milhões de euros em operações em pipeline”.
  • DR
3 Dezembro 2020, 14h19

A Prime Yield lançou uma nova edição do estudo “Investing in NPL in Iberia”, onde analisa o desempenho do mercado transacional de crédito malparado em Portugal e Espanha.

O estudo conclui que a pandemia veio colocar um travão a fundo na transação de portefólios de crédito malparado (Non-Performing Loans, NPL) em Portugal, estimando-se a conclusão de operações no valor de apenas 500 milhões de euros até junho.

A Prime Yield destaca neste research que “a atividade de venda de NPL este ano deverá ser bastante reduzida, contabilizando-se além dos 500 milhões já referentes a operações concluídas, outros 1,5 milhões de euros em operações em pipeline”.

Recorde-se que nos últimos dois anos, o volume anual de transações de malparado rondou os 7 a 8 mil milhões, com as projeções pré-Covid da Prime Yield para 2020 a apontarem já para um abrandamento na atividade para os 6  mil milhões de euros, “em resultado da transação de portefólios mais pequenos e a existência de investimentos menos oportunísticos”.

De acordo com este estudo, acompanhando a tendência de aumento exponencial de NPL “apenas no prazo de um ano, o mercado de venda de carteiras deverá igualmente retomar a uma atividade mais expressiva com o mesmo diferimento”.

“Naturalmente com a pandemia, as transações em pipeline acabam por ser adiadas, sendo difícil nesta altura antecipar um volume de atividade para 2020″, diz no comunicado Nelson Rêgo, CEO da Prime Yield.

“O mercado tem condições económicas mais fracas para a recuperação do crédito, havendo muitas dificuldades em manter os planos de investimento, até devido às limitações que existem atualmente para a realização de due dilligence. Além disso, a Banca está neste momento a dar prioridade à injeção de liquidez na economia, estando menos pressionada para vendas urgentes de NPL, pelo que existe também dificuldade em estabelecer preços”, comenta Nelson Rêgo.

De qualquer forma, “e mesmo com os investidores cautelosos quanto à forma como o NPL vai evoluir, continua a existir ume levado interesse neste tipo de ativos, sobretudo pelos retornos gerados num contexto de baixas taxas de juro. Naturalmente, até que surja a nova vaga de NPL, que irá ser massiva, a estrutura dos negócios irá mudar, com tickets de investimento mais baixos e um maior apetite por crédito segurado por imobiliário”, diz ainda o CEO da Prime Yield.

De acordo com a Prime Yield, Portugal, tal como Espanha, pode afirmar-se no contexto europeu como um mercado mais atrativo para os investidores em NPL precisamente nesse contexto de um maior apetite por portefólios colaterizados por ativos imobiliários.

“Esta deverá ser uma tendência marcante ao longo do próximo ano, bem como o foco em operações que envolvam portefólios de menor dimensão. Entre o atual stock de crédito malparado às famílias contabilizam-se 3,9 mil milhões de crédito à habitação garantidos por imóveis residenciais, ao passo que entre o crédito malparado às empresas, são contabilizados outros 4,0 mil milhões que têm como garantia imóveis de uso comercial (isto é, não residencial).

“Portugal, e também Espanha, não só têm diversos portefólios em pipeline bastante interessantes, como apresentam boas oportunidades ajustadas à estrutura de mercado que está a emergir enquanto não surge a nova vaga de NPL. Por isso, no próximo ano, a atividade de venda de malparado poderá voltar a ter níveis dinâmicos no nosso país”, refere o CEO da Prime Yield.

A Prime Yield presta serviços de consultoria e avaliação de ativos, e tem vindo a focar-se no setor de NPL & REO (real estate owned).

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