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Receitas da Media Capital, Impresa e Cofina afundam no primeiro semestre, devido à pandemia

Impresa, Media Capital e Cofina foram fortemente atingidas pelos efeitos da pandemia, com quedas de dois dígitos nas receitas no primeiro semestre. Cofina ainda não divulgou contas, mas já informou o mercado que não vai apresentar um resultado positivo nos primeiros seis meses do ano.
10 Agosto 2020, 17h50

A mais recente época de resultados veio revelar os efeitos da pandemia da Covid-19 no negócio dos grupos Impresa, Media Capital e Cofina, provocando quebras de dois dígitos nas receitas no final de junho. No primeiro semestre, o surto da Covid-19 reduziu os resultados dos grupos donos da SIC e da TVI em 23,6 milhões de euros, de forma agregada, em comparação com o mesmo período de 2019. Já a Cofina, dona da CMTV e “Correio da Manhã”, ainda não revelou valores mas já informou o mercado que vai apresentar prejuízos, embora garanta ter um resultado operacional positivo.

O grupo Impresa, dono da SIC e do “Expresso”, foi o primeiro dos três grupos a revelar as contas do primeiro semestre. O grupo conseguiu fechar a primeira metade do ano no verde, mas os efeitos da pandemia foram notórios. O lucro da dona da SIC afundou 95%, para 178 mil euros. Um valor irrisório se se comparar com o período homólogo de 2019, quando os ganhos ascenderam a 3,5 milhões. Em termos homólogos, o resultado líquido encolheu mais de três milhões de euros.

A administração de Francisco Pedro Balsemão responsabilizou os efeitos da pandemia da Covid-19, sinalizando o segundo trimestre, altura em que os lucros caíram 76%, como período mais crítico. Foram os meses entre abril e junho os que mais pressionaram o resultado acumulado do primeiro semestre.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) tombou 28%, para 8,3 milhões de euros, em termos homólogos, e as receitas do grupo ascenderam aos 78,4 milhões, “refletindo uma redução de 12% comparativamente ao volume de negócios da primeira metade de 2019″, segundo a informação veiculada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Quase 90% das receitas tombaram no segundo trimestre,”como resultado dos efeitos da pandemia”.

Mesmo assim, o grupo de media reduziu em 9% os custos operacionais e garantiu ter um plano para o ” regular funcionamento” dos canais do universo SIC e do semanário “Expresso”.

Dona da TVI sofre prejuízo de 14,4 milhões
A Media Capital, liderada por Manuel Alves Monteiro, revelou as contas semestrais nesta noite domingo, 9 de agosto. A dona da TVI fez saber que obteve um prejuízo de 14,4 milhões de euros no primeiro semestre do ano, face ao resultado líquido positivo de 5,9 milhões no mesmo período de 2019. O grupo justificou-se com a pandemia e a perda de quota nas audiências. Em termos homólogos, só a dona da TVI perdeu 20,3 milhões de euros.

A faturação afundou 36%, para 55 milhões, e o EBITDA fixou-se em 11 milhões de euros negativos, em termos homólogos.

Tal como a aconteceu com a Impresa, foi nos meses relativos ao segundo trimestre que a Media Capital sentiu impactos significativos, devido à pandemia.

“Durante o primeiro semestre, em resultado do efeito conjugado da pandemia e da redução de quota de audiência do principal canal televisivo (TVI – canal generalista) face ao período homólogo, os rendimentos operacionais do Grupo foram negativamente afetados, nomeadamente ao nível da publicidade. Estes impactos tiveram maior incidência nos meses de março a maio. De facto, os rendimentos operacionais consolidados recuaram 36% (37% no caso da publicidade) nos primeiros seis meses de 2020, sendo que as quedas percentuais mais significativas iniciaram-se em março (quando a pandemia foi declarada), tendo o seu pico em abril e mostrando forte desaceleração em maio e, especialmente junho”, lê-se no comunicado veiculado pela CMVM.

Cofina avisou mercado que vai apresentar prejuízos
Já a Cofina, grupo liderado por Paulo Fernandes e que recentemente procurou adquirir a dona da TVI, ainda não divulgou as contas do primeiro semestre. Mas também na noite de domingo emitiu uma nota sobre a “evolução do negócio no contexto Covid-19”. A dona da CMVT informou o mercado que não vai apresentar lucros no exercício entre janeiro e junho.

Sem revelar valores absolutos, a dona também da revista “Sábado” e “Jornal de Negócios” adiantou que as receitas do grupo Cofina afundaram e, tal como nos casos da Impresa e Media Capital, o segundo trimestre foi o período mais crítico. “No acumulado do [primeiro] semestre, a quebra nas receitas totais foi de 20%, com um decréscimo de 21% na receita de circulação, 29% na receita de publicidade e 7% nas restantes receitas”, lê-se na nota veiculada pela CMVM.

Contudo, “o resultado operacional, apesar de incorporar os custos com a operação [falhada] de aquisição da Media Capital e outros custos não recorrentes, [manteve-se] claramente positivo, assim como o EBITDA que, apesar de ter sofrido uma redução, permanece igualmente positivo”.

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