Durante a visita a Moçambique, o Papa Francisco aproveitou para abordar vários temas com a população, sendo que um dos que mereceu mais ênfase foi o da corrupção que afeta o país. Apesar de não comentar casos concretos, a sua santidade lamenta que um país tão rico em recursos naturais seja um dos mais empobrecidos do mundo, segundo a Reuters.
O Papa está em África durante uma semana, onde vai visitar três países, Moçambique onde ainda se encontra, Mauritânia e Madagáscar. Os temas escolhidos para a visita são: paz, pobreza, corrupção e proteção ambiental.
Em moçambique a sua santidade visitou alguns hospitais, mas foi no estádio nacional de Maputo que aproveitou para falar sobre os problemas mais críticos que afetam a ex-colónia portuguesa. Sobre corrupção afirmou “parece que, por vezes, aqueles que demonstram desejo em ajudar têm segundas intenções. Infelizmente isto também acontece com irmãos e irmãs da mesma terra”.
No Índice de Perceção da Corrupção da Transparência Internacional, Moçambique encontra-se nas últimas posições, sendo considerado um dos países mais corruptos do mundo. Um dos maiores exemplos é o empréstimo concedido ao país em 2016 no valor de dois mil milhões de euros, que desapareceram “misteriosamente”, fazendo com que o ‘Crédit Suisse’ iniciasse uma investigação que já conta com 20 arguidos, segundo a Reuters.
Sobre a extrema pobreza que afeta o país, o Papa Francisco disse que “é completamente paradoxal que um país com tanta riqueza em recursos naturais, tenha tanta gente a viver no limiar da pobreza e em condições sub-humanas”.
De acordo com o Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas, 80% da população moçambicana correspondente a 30 milhões de pessoas, não consegue pagar uma dieta adequada.
O impacto ambiental da exploração exaustiva da terra moçambicana também mereceu o destaque do Papa Francisco, afirmando que “são evidentes os sintomas de doença que não só os terrenos mostram, como também a própria água, o ar, e todas as formas de vida presentes no país”.
Em Março deste ano dois ciclones atingiram Moçambique, fazendo com que a erosão do solo, já evidente, ficasse ainda pior. O ciclone deixou milhões de pessoas sem habitação e empurrou o já frágil país para mais uma crise humanitária que continua por resolver.
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