Papeleiras animam a bolsa de Lisboa. Europa impulsionada com contas semestrais

Esteve animado o setor da pasta de papel pelos resultados da UPM-Kymmene e recuperação do preço da pasta. Por isso as ações do PSI 20 que mais subiram foram as da Altri  (2,68% para 6,135 euros) e as da Navigator (+2,31% para 3,274 euros). O índice lisboeta fechou a subir 0,63% para 5.214,16 pontos.

O BCP fechou em alta de 1,12% para os 0,27 euros. Os CTT que apresentam resultados na quinta-feira fecharam a subir na bolsa 1,99% para 2,046 euros. A Mota-Engil fechou a ganhar 0,89% para 1,925 euros e a Semapa avançou 0,81% para 12,520 euros.

Pela negativa destaca-se apenas a REN que caiu -0,20% para 2,490 euros.

O ambiente foi de otimismo nas bolsas europeias, numa manhã marcada por contas empresariais. Por cá a NOS subiu 0,69% para 5,870 euros após as contas do 2.ºtrimestre.

De destacar as reações em alta aos números do Santander (+3,65%) e UBS (2,62%) que puxaram pelo setor da Banca. No setor Auto a Continental (+6,31%) teve um ganho expressivo, acompanhando o disparo de outra fabricante de componentes auto, a Faurecia (+11,49%), que mostrou resiliência na margem.

Santander teve lucros e margem financeira acima do previsto. O banco espanhol reportou um resultado líquido de 1,39 mil milhões no 2.º trimestre, acima dos 1,27 mil milhões esperados pelo consenso. A margem financeira líquida no trimestre ascende a 8,95 mil milhões (versus os 8,77 mil milhões esperados). O rácio CET 1 (phased in e fully loaded) de 11,3% saiu em linha com o objetivo de médio prazo.

Depois a UBS com lucros acima do esperado. O resultado líquido do 2.ºtrimestre foi de 1,39 mil milhões ( o que compara com 957 milhões esperados pelo consenso).

Por seu turno a Endesa revelou as contas do 1.º semestre. O EBITDA no período foi de 1,89 mil milhões, em linha com o esperado. O resultado líquido nos primeiros seis meses foram de 776 milhões (versus os 768 milhões esperados). As receitas foram de 9,47 mil milhões e a dívida líquida fixou-se em 6,8 mil milhões.

O EuroStoxx 50 valorizou 1,23% para 3.532,9 pontos. Todas as principais praças fecharam no verde. Londres valorizou 0,56% para 7.556,9 pontos; o CAC de Paris fechou em alta de 0,92% para 5.618,16 pontos; o DAX avançou 1,64% para 12.490,7 pontos, o IBEX ganhou 1,29% para 9.281,6 pontos e o FTSE MIB subiu 1,01% para 21.954,66 pontos.

“As expectativas de que na próxima quinta-feira o BCE se mostre favorável a novos estímulos à economia estão a trazer os investidores para os mercados de ações” diz o analista da Mtrader.

“A depreciação do euro é reflexo dessa perspetiva e beneficia as receitas que as cotadas da região obtêm no exterior e consolidam na moeda única”, acrescenta o analista Ramiro Loureiro. O euro cai 0,49% para 1,1154 dólares.

A dívida alemã a 10 anos continua em queda. Desce 0,9 pontos base para -0,355%. A dívida portuguesa no mesmo prazo baixa 0,2 pontos base para 0,46%; e a dívida espanhola, ao contrário, sobe 0,3 pontos base para 0,394%. Itália vê os juros caírem 5,1 pontos base para 1,602%.

“Num ambiente de baixas taxas de juro e em que as yields alemãs e francesas para maturidades até 10 anos são negativas e em Portugal e Espanha também se encontram abaixo de zero até aos 5 anos é natural que haja procura por ativos de risco em busca de retorno. Ora alguns setores na Zona Euro apresentam taxas de retorno de dividendo (DY) esperado elevadas – Auto (DY 4,5%, Recursos Naturais (DY 5,5%), Banca (DY 5,9%), Telecoms (DY 5,5%) e Utilities (DY 4,9%) figuram entre os maiores exemplos (segundo dados estimados Bloomberg)”, refere a Mtrader.

No mercado das commodities o Brent deslizou 0,27% para 63,09 dólares e o crude West Texas cai 0,12% para 56,15 dólares.