Papeleiras e energéticas põem PSI-20 a cair mais de 3%

O PSI-20 está a negociar em terreno negativo a meio da sessão desta quarta-feira, penalizado por uma queda generalizada das cotadas e, mais concretamente, pelas fortes desvalorizações das empresas da pasta e do papel e das energéticas. O principal índice nacional acompanha as suas congéneres da Europa e cai 3,14%, para 3.714,56 pontos por volta das 12h30.

A liderar as perdas na bolsa de Lisboa às 12h10 estava a Semapa, que tombava 6,09%, para 7,56 euros, e a Altri, que afundava 6,62%, para 2,99 euros. As ações da EDP – Energias de Portugal e da Galp Energia caíam 5,58% (para 3,42 euros) e 3,81% (para 8,49 euros), respetivamente. Já a EDP Renováveis desvalorizava 4,92%, para 9,96 euros, e a REN perde 1,48%.

No ‘vermelho’ estão ainda os títulos do BCP (-3,81%), CTT (-0,97%), Jerónimo Martins (-0,94%). “O mercado continua a desconfiar absolutamente de tudo e a montanha russa deverá continuar. Teremos dias muito bons seguidos de outros muito maus. E devemos aceitar isso como normal durante um tempo”, assinalam os analistas do Bankinter, numa nota de mercado.

Por outro lado, a NOS está em contraciclo e ‘salta’ 4,59%, para 2,96 euros. A Ramada dispara 7% depois de ter anulado a decisão de encerrar temporariamente a sua unidade de produção em Ovar, por estarem asseguradas “as necessárias medidas de prevenção e proteção e por forma a contribuir para a mitigação dos efeitos económicos adversos decorrentes da atual situação”.

Em causa está o facto de a sua subsidiária Ramada Aços estar excluída do âmbito de aplicação a atividade industrial na declaração do estado de calamidade deste concelho do distrito de Aveiro, conforme explicou hoje à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

As restantes praças do ‘Velho Continente’ seguem o mesmo rumo. O índice alemão DAX tomba 5,14%, o britânico FTSE 100 perde 4,94%, o francês CAC 40 desvaloriza 5,86%, o holandês AEX recua 5,38%, o espanhol IBEX 35 ‘diminui’ 3,99% e o italiano FTSE MIB desliza 2,90%. O Euro Stoxx 50 terminou com uma valorização de 0,99%.

Os analistas do CaixaBank/BPI Research explicam que as praças europeias refletem a queda dos futuros norte-americanos durante a sessão asiática. “De facto, nos EUA, quer o Governo Trump quer a Fed esboçaram, de forma bastante rápida, um plano de resposta aos efeitos da epidemia muito ambicioso. Esta prontidão e ambição contrasta com a resposta europeia, que até agora se reduziu a uma série de medidas do BCE (bastante menos expressivas do que a Fed) e dos governos individuais”, adiantam.

Os preços do petróleo mantêm-se a descer. A cotação do barril de Brent cai 4,99%, para 27,43 dólares, enquanto a cotação do crude WTI tomba 8,25%, para 25,09 dólares por barril. Quanto ao mercado cambial, o euro deprecia 0,29% face ao dólar (1,0964) e a libra esterlina “desvaloriza” 1,48% perante a divisa dos Estados Unidos (1,1872).