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Papeleiras e energia dão força ao PSI 20. Bolsas europeias seguem mistas

As papeleiras prosseguem a maratona de ganhos, que se tem vindo a arrastar ao longo de várias sessões consecutivas e que apenas refreou esta segunda-feira.
  • Benoit Tessier / Reuters
13 Junho 2018, 11h59

O mercado acionista português está a negociar com ganhos, a meio da manhã desta quarta-feira, 13 de junho, em linha com a tendência da maioria das bolsas europeias. O principal índice português, PSI 20, sobe 0,29%, para 5.679,24 pontos, impulsionado pelas papeleiras e pelo setor da energia.

As papeleiras prosseguem a maratona de ganhos, que se tem vindo a arrastar ao longo de várias sessões consecutivas e que apenas refreou esta segunda-feira. A Navigator soma 1,69% para 6,030 euros, tendo registado nesta manhã máximos históricos nos 6,055 euros. Em máximos está também a Semapa que fez novos máximos históricos nos 24,100 euros por ação. Já a Altri avança 1,15% para 8,790 euros.

Paulo Rosa, trader da Gobulling – Banco Carregosa, explica que as papeleiras estão a ser beneficiadas pela subida do dólar e pela subida do preço da pasta de papel. O preço por tonelada de papel subiu no último ano dos 650 para 1.050 dólares. Além disso, o setor tem vindo a ser alvo de várias consolidações e aquisições tanto no Brasil como na Ásia. “A expectativa é de que as consolidações e aquisições se venha a arrastar também à Península Ibérica”, afirma.

Nas energéticas, a EDP Renováveis avança 0,49% para 8,130 euros e a Galp Energia sobe 0,31% para 16,305 euros. Também a EDP soma 0,47% para 3,416 euros. Paulo Rosa indica que o preço a que negoceiam as ações da EDP está 5% acima do preço da oferta pública de aquisição (OPA) apresentada pela China Three Gorges (CTG). “Os investidores parecem estar a contar com uma subida do preço da OPA ou que apareça uma OPA concorrente acima dos valores apresentados pela CTG”, diz Paulo Rosa.

Em terreno positivo, estão também a Sonae (0,09%), a Ibersol (0,46%) e a Mota-Engil (1,39%).

Em contraciclo destaca-se o BCP, que perde 0,29% para 0,273 euros. O banco liderado por Nuno Amado está a corrigir ganhos, depois de ter sido beneficiado pela onda de otimismo na Europa, motivada pela descida dos juros de dívida soberana de Itália.

Paulo Rosa chama à atenção para a queda dos CTT, depois de nos últimos dias ter estado a recuperar, e da Pharol. A antiga Portugal Telecom vai ter em breve de decidir se vai ou não entrar no aumento de capital da empresa de telecomunicações brasileira Oi, da qual é a principal acionista. “Se escolher não ir ao aumento de capital da Oi, a Pharol pode ver diluída a sua posição na Oi”, afirma Paulo Rosa

No ‘vermelho’ estão ainda a NOS (-0,30%),  a REN (-0,09%), a Sonae Capital (-0,32%) e a Jerónimo Martins (-0,15%).

Nas restantes bolsas europeias, o sentimento é misto. O índice alemão DAX soma 0,16%, o italiano FTSE MIB avança 0,74%, o francês CAC 40 valoriza 0,22%, o holandês AEX aprecia 0,40% e o britânico FTSE 100 sobe 0,11%. Em contraciclo, o espanhol IBEX 35 desvaloriza 0,14%.

Paulo Rosa explica que os investidores estão atentos à reunião ao desfecho da Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), em que se prevê que seja anunciado um novo aumento das taxas de juro norte-americanas. A expectativa é que a Fed aumente em 25 pontos base as taxas de juro, de 1,75% para 2%. Depois da Fed, será a vez do Banco Central Europeu (BCE) se pronunciar na quinta-feira.

Esta quarta-feira, Portugal volta aos mercados com uma nova emissão de dívida de longo prazo de Portugal. O IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública espera repetir o sucesso do último leilão, realizado a 9 de maio, quando a agência colocou dívida das mesmas duas linhas – 724 milhões de euros com maturidade em outubro de 2023 e 483 milhões de euros com prazo de outubro de 2028, mas as condições no mercado mudaram nas últimas semana e o Tesouro deverá ser obrigado a pagar taxas mais altas. O objetivo é angariar até mil milhões de euros.

No setor petrolífero, o preço do barril de Brent, que serve de referência para Lisboa e para toda a Europa, recua 0,62% para 75,41 dólares, enquanto o crude WTI recua 0,38%, para 66,11 dólares por barril.

No mercado cambial, o euro avança 0,02% para 1,174 dólares e a libra recua 0,31%, para 1,333 euros.

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