O secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, defendeu esta quinta-feira a diversificação da base das exportações, realçando o objetivo do país atingir 100% do grau de abertura da economia na próxima década. O lado menos positivo é que todos os anos Portugal perde entre 5000 e 6000 exportadores.
Numa intervenção no Fórum Capitalizar, promovido em conjunto pelo Jornal Económico e o Novo Banco, no Museu do Oriente, em Lisboa, Brilhante Dias explicou os objetivos de política de internacionalização e instrumentos de financiamento, identificando os “problemas estruturais” que a economia nacional ainda enfrenta.
“Temos um longo caminho feito, que mostrou resultados. O crescimento das exportações, a captação de IDE, é um trabalho coletivo, mas estamos a meio. A meio de um percurso que levará o grau de abertura da economia portuguesa acima dos 100% na próxima década. Vamos garantir que o país tem futuro e será capaz de reter e atrair capital humano”, disse.
O secretário de Estado traçou um quadro da evolução das exportações portuguesas nas últimas décadas, salientando que a política transversal a todos os governos “tem vindo a colocar as exportações e a internacionalização da economia portuguesa como um elemento coletivo”.
O governante antecipou que em 2018 as exportações deverão ter um peso de 44% no PIB e que pelo sétimo ano consecutivo o país registou um superavit na balança de bens e serviços.
“É um dos objetivos que devemos manter para futuro: um equilíbrio da balança de bens e serviços”, disse, destacando a contribuição do setor automóvel e a alteração da tipologia do quadro de venda de bens ao exterior.
No entanto, identificou alguns problemas estruturais: “As exportações têm aumentado mas o número de exportadores não tem aumentado. Todos os anos perdemos cinco mil, seis mil exportadores. O tecido exportador é muito concentrado no topo, 13% é concetrado no top5”.
“Para diversificar risco temos que diversificar exportadores, não chega diversificar mercados”, defendeu. Brilhante Dias explicou ainda que o investimento direto estrangeiro “tem sido financiado em grande medida pelas nossas exportações” e que o financiamento do setor exportador “não é maior agora do que era há três anos”.
“O setor exportador no pós-troika não tem visto o stock aumentar de forma significativa”, disse. “É preciso mais som da economia na decisão e não apenas som do tesouro”, acrescentou.
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