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Pardal Henriques avisa que não vai aceitar o mesmo acordo assinado pelos outros sindicatos

Pardal Henriques acusou o Governo de ter estado ao lado dos patrões durante a greve dos motoristas. O sindicalista diz que a mudança de atitude por parte do Governo permitiu o fim da greve.
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    António Pedro Santos / Lusa
19 Agosto 2019, 14h50

O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) diz que desconvocou a greve devido à mudança de atitude por parte do Governo.

“Depois destas 10 horas [reunião de sexta-feira], assistimos pela primeira vez ao Governo imparcial, ou seja, não estando do lado de uma das partes. Pela primeira vez, vimos três partes envolvidas e não são duas”, disse o vice-presidente do SNMMP esta segunda-feira, 19 de agosto.

Depois de desconvocada a greve, o SNMMP e a Associação Nacional dos Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), mediados pelo Governo, regressam à mesa de negociações na terça-feira para tentar colocar fim ao conflito laboral que se arrasta há meses e que já deu origem a duas greves, em abril e agora em agosto.

“Durante este tempo todo foi o sindicato a reivindicar direitos dos trabalhadores e do outro lado esteve a ANTRAM e o Governo. Pela primeira vez, na sexta-feira, vimos um Governo imparcial”, acrescentou Pedro Pardal Henriques na SIC Notícias.

“Conseguimos encontrar uma base negocial com cedências de parte a parte que pode ser uma boa base para partir para o processo de mediação. O que não tinha acontecido até sexta-feira já que a imposição era aceitar os acordos que foram feitos, a base negocial proposta aos outros sindicatos”, afirmou.

Recorde-se que outros dois sindicatos de motoristas – Fectrans e o Sindicato Independente de Motoristas (SIMM) -, já chegaram a acordo com a ANTRAM.

Questionado sobre os acordos alcançados, Pardal Henriques disse que o “acordo apresentado a estes dois sindicatos foi conquistado por este sindicato em abril. Toda a base do acordo feito com a Fectrans, e depois imposto ao SIMM, foram as conquistas que fizemos em abril”.

Pardal Henriques aproveitou para criticar o sindicato Fectrans, afeto à CGTP, por ter alcançado um acordo com a ANTRAM durante a greve dos motoristas. “A Fectrans aproveitou esse acordo e no meio de uma greve de colegas motoristas firmou o acordo”.

Sobre se iria aceitar este mesmo acordo para o SNMMP, o responsável afirmou que o seu sindicato já deixou “bem claro que não é suficiente”. “Foi isso que estivemos a debater durante 10 horas para chegar a uma base de negociação que não é a mesma apresentada à Fectrans e que foi imposta ao SIMM. Já o recusamos na sexta-feira”.

Sobre as reinvidações do SNMMP, Pardal Henriques recusou falar sobre valores. “Não abdicamos que todo o trabalho suplementar e todo o rendimento seja tributado obrigatoriamente. Estas pessoas têm direito a uma reforma digna e tem que ter direito a uma baixa por doença ou acidente, digna do seu trabalho. Também não podemos aceitar que estas pessoas continuem a fazer este numero de horas sem qualquer limite, 16 ou 17 horas”, sublinhou.

No domingo, o presidente do SNMMP, Francisco São Bento, avisou que, caso a ANTRAM se mostre “intransigente”, os motoristas estão preparados para realizar uma greve às horas extraordinárias, fins de semana e feriados. Perante esta ameaça, a ANTRAM defende que a boa fé deve imperar na reunião que vai ter lugar amanhã.

Com o fim da greve, o Governo anunciou hoje que a crise energética vai ser extinta a partir da meia-noite de terça-feira. António Costa disse que vai demorar alguns dias até a normalidade do abastecimento estar normalizada.

“Levaremos dois a três dias a ter normalidade plena do abastecimento”, disse o primeiro-ministro esta segunda-feira.

https://jornaleconomico.pt/noticias/costa-dois-a-tres-dias-ate-normalidade-do-abastecimento-estar-normalizada-480094

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