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Parlamento decide se ouve Medina e Governo pela polémica dos dados enviados à Rússia (com áudio)

Em causa está a informação de ativistas russos a viver em Portugal cedida à embaixada da Rússia pela Câmara Municipal de lisboa.
16 Junho 2021, 07h50

Será decidido esta quarta-feira, 15 de junho, no Parlamento se o presidente da Câmara de Lisboa e o Governo vão ser ouvidos sobre a polémica do envio dos dados de ativistas à embaixada da Rússia.

A 9 de junho foi noticiado que a Câmara de Lisboa tinha cedido informação de ativistas russos a viver em Portugal à embaixada da Rússia. No dia seguinte Fernando Medina, anunciou que pediu uma auditoria sobre a realização de manifestações no município nos últimos anos.

No mesmo dia o autarca de Lisboa já tinha pedido desculpas pelo sucedido, tendo considerado a partilha de dados pessoais dos três ativistas como “um erro lamentável que não podia ter acontecido”. “É uma situação que não podia ter acontecido por várias razões, a principal das quais é que Lisboa tem orgulho em ser um espaço de liberdade, de segurança, de expressão e valorização dos direitos humanos, do direito à manifestação que tanto nos custou a conquistar”, disse Medina.

Da parte do Governo, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, defendeu que o sucedido tinha sido “um procedimento errado” e que já tinha sido corrigido.

Por sua vez, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa criticou a transferência de informação para a Rússia “Vou saber exatamente o que aconteceu, mas em função do que diz, se isso é verdade, é o reconhecimento de que isso ocorreu e é efetivamente lamentável por estarem em causa, num país democrático e livre, se for assim, direitos fundamentais das pessoas e que se aplicam aos portugueses, mas a todos os que estão em território português”, referiu Marcelo.

Depois, a 14 de junho, foi a vez de António Costa manifestar-se sobre o assunto. À margem da cimeira da NATO António Costa explicou que “não havia delação por parte da Câmara de Lisboa de ativistas russos, de denúncia às autoridades russas, como se a Câmara Municipal de Lisboa fosse uma espécie de centro de espionagem do senhor Putin”. Para o primeiro-ministro “é muito claro que não havia uma prática de colaboração da Câmara perseguição e identificação de ativistas e oposicionistas russos”.

À parte do Governo, os partidos com representação da Assembleia da República consideraram que era necessário uma investigação mais aprofundada, sendo que a cedência da informação representa “uma violação da lei”, como apontaram partidos como o Bloco de Esquerda. O PSD classificou o sucedido como “intolerável”, o PAN exigiu que fossem assumidas responsabilidades políticas e o Chega pediu a demissão do autarca de Lisboa.

 

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