Legisladores do parlamento da Rússia apresentaram esta quinta-feira, 19 de novembro, um projeto de lei que, se aprovado, permitirá ao governo restringir o acesso à internet a gigantes das redes sociais dos EUA, acusados de discriminar os meios de comunicação russos, segundo a “Reuters”.
“A urgência na adoção do projeto de lei deve-se a numerosos casos de restrição injustificada do acesso de cidadãos russos à informação nos media russos por certos recursos da Internet, incluindo aqueles registados fora da Rússia”, referiram os autores do projeto num comunicado. O Twitter começou a rotular as contas de vários meios de comunicação russos com a descrição “media afiliada ao estado”. O mesmo aconteceu com alguns funcionários importantes do governo em agosto, uma medida que foi condenada pela Rússia.
Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, quando questionado sobre a proposta, referiu que as medidas precisam ser cuidadosamente consideradas, mas que um mecanismo para combater o problema é necessário. “Definitivamente, há ações discriminatórias contra os clientes russos desses serviços”, assegurou Dmitry Peskov acrescentando que “esses gigantes têm problemas com os próprios clientes, até eles discriminam. Deixe-os lidar com os seus clientes, para nós o principal é defender os nossos dessa discriminação”.
Para entrar em vigor, o projeto de lei primeiro precisa ser aprovado pelos legisladores da Duma, a câmara baixa do parlamento da Rússia, antes de ser aprovado na câmara alta do parlamento e assinado pelo presidente Vladimir Putin. Se for aprovado, o procurador-geral da Rússia e o ministério dos negócios estrangeiros da Rússia vão poder definir quais os recursos da Internet que restringem o acesso a “informações socialmente importantes com base na nacionalidade, idioma ou em conexão com a introdução de sanções contra a Rússia ou os seus cidadãos”.
A tentativa da Rússia de controlar plataformas no seu território não é nova. Em fevereiro, o “The Bell” noticiava que o Serviço de Segurança Federal russo exigiu que algumas das principais tecnológicas do país dessem acesso contínuo aos seus sistemas. Outra tentativa de controlo decorreu em 2016, quando a Rússia bloqueou o LinkedIn da Microsoft. Na altura, um tribunal concluiu que a empresa violou uma regra de armazenamento de dados, aprovada em 2015, que exigia que todos os dados sobre os cidadãos russos fossem guardados no país.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com