Partido conservador Lei e Justiça vence eleições na Polónia

Sem surpresas, o Lei e Justiça (PiS) venceu as eleições legislativas deste domingo na Polónia, tendo conquistado 45,8% dos votos, de acordo com os resultados oficiais divulgados esta segunda-feira pela Comissão Nacional de Eleições polaca (PKW), a partir de 72% dos círculos eleitorais apurados.

As primeiras projeções, do instituto Ipsos, atribuíam aos nacionalistas conservadores polacos 43,6% dos votos, mas ao longo da noite eleitoral o partido vitorioso viu subir a votação em dois pontos percentuais – embora ainda não seja garantido que conquiste a maioria dos lugares na câmara alta do parlamento.

Estas eleições legislativas na Polónia são consideradas as mais importantes desde o fim do regime comunista, em 1989. Cerca de 30 milhões de eleitores foram chamados às urnas para escolher os deputados que se sentarão na Assembleia na próxima legislatura: 460 lugares do Sejm (a câmara baixa do parlamento) e os 100 lugares do Senado.

O maio partido da oposição, o pró-europeu Coligação Cívica (KO), recebeu o apoio de 25,5% dos eleitores polacos (as sondagens à boca das urnas ontem à noite apontavam para 27,4%). Já a aliança de esquerda, designada mesmo A Esquerda, teve 11,9% (tal como projetava o Ipsos); o Partido Popular da Polónia (PSL) 9% (abaixo dos 9,6% previstos inicialmente) e a Confederação, de extrema-direita, 6,7% (face aos anteriores 6,4%).

As sondagens da semana passada, publicadas pela imprensa poloca, devam ao Lei e Justiça entre 40% e 45% das intenções de voto, e à segunda força política do país, a centrista Coligação Cívica (ligada ao atual presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk,) cerca de 25%, o que acabou por se confirmar.

O PiS é um partido de direita, nacionalista, conservador e eurocético que foi fundado pelos irmãos gémeos Jarosław Kaczyński, ex-primeiro ministro da Polónia, e Lech Kaczyński, antigo presidente polaco. A liderar o governo local desde 2015, o partido tem procurado mobilizar os eleitores rurais de classe baixa, defendendo os valores familiares com um novo subsídio para crianças, incentivos fiscais para pessoas com baixos rendimentos, aumento das reformas e do salário mínimo.