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Partido de Marinho e Pinto acusa Marques Mendes de “ataque pessoal” ao PDR e ao “sindicalismo livre”

Sindicalistas Pardal Henriques e Bruno Fialho são candidatos do PDR nas Legislativas deste ano. Marques Mendes, no seu espaço de opinião na SIC, no domingo, considerou a postura de ambos um “péssimo exemplo” para o sindicalismo. PDR repudia afirmações de Marques Mendes e lembra que há sindicalistas que são deputados do PS e PSD.
27 Agosto 2019, 12h03

O Partido Democrático Republicano (PDR) acusa Luís Marques Mendes, antigo presidente do PSD e atualmente comentador político da SIC, de perpetrar “um ataque pessoal ao PDR e aos seus candidatos às legislativas”, lê-se numa nota do partido fundado e liderado pelo antigo Bastonário da Ordem dos Advogados Marinho e Pinto, enviada às redações esta terça-feira, 27 de agosto.

O PDR refere-se às palavras de Marques Mendes no seu espaço de opinião no Jornal da Noite de domingo da SIC, onde o comentador classificou a postura de Pedro Pardal Henriques e de Bruno Fialho, ambos sindicalistas e candidatos do PDR às eleições legislativas de 6 de outubro deste ano, como “péssimo exemplo” para o sindicalismo em Portugal, “alimentando a confusão entre sindicalismo e política”.

“O PDR repudia veementemente o atroz julgamento público que o Dr. Marques Mendes fez ontem no seu programa televisivo semanal, na SIC Notícias, em que perpetuou um ataque pessoal ao PDR e seu candidatos às legislativas, nomeadamente Pedro Pardal Henriques, pelo círculo Eleitoral de Lisboa, e Bruno Fialho, pelo círculo Eleitoral de Setúbal, responsabilizando-os de danificar o sindicalismo”. Nota do PDR enviada à redação

O partido de Marinho e Pinto sai em defesa de Pardal Henriques e de Bruno Fialho, salientando tratarem-se de “conhecidos sindicalistas independentes”. Os democratas-republicanos defendem que “o sindicalismo em Portugal se tem vindo a degradar ano após ano, pelas descidas do número de associados que as centrais sindicais têm apresentado” e, por isso, será importante para o PDR elevar sindicalistas até ao Parlamento.

Na sua nota, o PDR questiona “se o ataque” de Marques Mendes a Bruno Fialho e Pedro Pardal Henriques “é um ataque ao sindicalismo livre” e se “quando os sindicalistas são apoiados pelos dois maiores partidos portugueses, imediatamente ficam sob o manto de serem considerados bons sindicalistas”.

O PDR sublinhou, neste sentido, nomes de antigos e atuais sindicalistas que foram ou ainda são deputados na Assembleia da República, eleitos pelo Partido Socialista (PS) e pelo Partido Social Democrata (PSD). São os casos, por exemplo, de João Proença, antigo secretário-geral da UGT e antigo deputado pelo PS em duas legislaturas; de José Manuel Torres Couto, que também foi líder da UGT e deputado pelo PS em três legislaturas; de Arménio dos Santos, atualmente deputado no Parlamento pelo PSD, sendo secretário-geral dos Trabalhadores Sociais-Democratas (TSD), membro da comissão política nacional do PSD E fundador e secretário nacional da UGT; Pedro Roque, deputado pelo PSD e secretário-geral dos TSD desde 2011.

“Os representantes da UGT e da CGTP-IN filiados no Partido Socialista queixaram-se de não estarem representados em lugares elegíveis nas listas de candidatos socialistas a deputados e exigiam mais sindicalistas nas listas às eleições legislativas”, argumenta o PDR.

Na sua nota, o partido criado em outubro de 2014, não obstante, frisa “que o sindicalismo não pode continuar amarrado às imposições dos partidos políticos e que a independência dos trabalhadores e dos sindicatos não pode ser impedida”.

“Acho lamentável o que este senhor [Pedro Pardal Henriques] fez esta semana. Há muitas semanas que se falava que seria candidato a deputado e passou a semana inteira sem esclarecer se era ou não era. Ou seja, é lamentável que ele tenha alimentado a confusão entre sindicalismo e política. É lamentável esta promiscuidade, porque ficava a sensação de estar a promover e a fazer a sua própria campanha pessoal e política. E é lamentável que, desta forma, ele [Pardal Henriques] esteja a instrumentalizar um sindicato [SNMMP]. Também lamentável que outra pessoa, mediadora do sindicato, o tal senhor chamado Bruno Fialho, seja candidato a deputado. Isto é péssimo para este sindicato e para o sindicalismo. Péssimo exemplo”. Excerto do comentário de Luís Marques Mendes, no seu espaço do ‘Jornal da Noite’ de domingo da SIC, em 25 de agosto.

Pedro Pardal Henriques, vice-presidente, porta-voz e advogado do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), é candidato à Assembleia da República pelo PDR, enquanto cabeça-de-lista do círculo eleitoral de Lisboa. Já Bruno Fialho, vice-presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo e Aviação Civil, que surgiu em agosto como mediador do SNMMP, é o número um do PDR às legislativas, pelo círculo de Setúbal.

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