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Partido Trabalhista promete acesso à internet por banda larga gratuito no Reino Unido caso vença eleições

O plano consiste na nacionalização do serviço de banda larga – incluindo a promessa de fibra integral – no Reino Unido, cujo custo seria de 20 mil milhões de libras (pouco mais de 23 mil milhões de euros. Mas o presidente executivo da BT, empresa que gere o serviço, Philipe Jansen, diz que tal custaria cerca de 100 mil milhões de libras (mais de 115 mil milhões de euros).
18 Novembro 2019, 07h03

O Partido Trabalhista, liderado por Jeremy Corbyn, tem um plano para nacionalizar o serviço de banda larga no Reino Unido no espaço de uma década, mas tal só acontecerá se vencer as eleições de 12 de dezembro. O problema do plano, de acordo com a Bloomberg, é a oposição da empresa que detém o controlo do serviço, a telecom BT, cujo presidente executivo, Philipe Jansen, defende que uma nacionalização do serviço custaria cerca de 100 mil milhões de libras (mais de 115 mil milhões de euros).

O partido de Corbyn defende que, pelo contrário, a nacionalização do serviço de banda larga – incluindo a promessa de fibra integral – custaria apenas 20 mil milhões de libras (pouco mais de 23 mil milhões de euros. Esse custo seria suportado por uma tributação às grandes empresas tecnológico com operação no Reino Unido.

Em comunicado, o Partido Trabalhista já garantiu que um Governo seu “realizará uma atualização massiva da infraestrutura de internet do Reino Unido, oferecendo ligações à internet rápidas, seguras e confiáveis para todos e pondo fim à cobertura irregular e lenta”.

O plano dos trabalhistas, de acordo com o responsável para as Finanças e Trabalho, John McDonnell, em declarações à BBC na sexta-feira, é levar a cabo a nacionalização do serviço de banda larga compensando os acionistas da BT com títulos da dívida soberana do Reino Unido.

Em matéria de comunicações e conectividade, o Reino Unido está atrás em relação a outros países europeus. Ao ponto de políticos e reguladores, nos últimos anos, procurarem criar condições para estimular a concorrência com a BT. A Bloomberg, que cita dados da Ofcom, o regulador das telecomunicações na Grã-Bretanha, expõe que apenas 8% do Reino Unido “está conectado” – menos de 2,5 milhões de lares com acesso à internet por banda larga.

A percentagem compara, por exemplo, com a cobertura de 86% no que respeita à banda larga verificada em Portugal. O plano dos trabalhistas é precisamente diminuir a disparidade da realidade no setor das telecomunicações do Reino Unido para o cenário verificado noutros países da Europa.

A nacionalização do serviço de acesso à internet por banda larga consistiria na nacionalização de uma unidade da BT, a Openreach, responsável pela rede britânica de fios de cobre e cabos de fibra ótica que permite a operadoras como a Vodafone levar o seu serviço até aos lares britânicos.

A ideia não é propriamente nova e até pode captar o interesse de parte do eleitorado, mas, segundo a agência de notícias financeiras e económicas, as sondagens apontam que o partido de Corbyn reúne intenções de votos à volta dos 29%, quando os conservadores, liderados por Boris Johnson, reúnem uma intenção de 40%.

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