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Passos Coelho acusa Governo de “ambiguidade” na reforma laboral

O PSD vem dizer que o equilíbrio que o Governo tem de fazer com os partidos das esquerdas deve-se às suas escolhas. “O PS escolheu esta formulação” para governar, e “esses equilíbrios não são fáceis”. Sobre a reforma laboral diz que a incerteza transmitida pelo Governo não traz confiança.
9 Fevereiro 2018, 19h05

Pedro Passos Coelho defendeu, esta quinta-feira na tomada de posse da nova comissão política de secção do PSD de Lisboa, que a ambiguidade nas respostas do Governo, face à possível reversão da reforma laboral, “não elucida”. “A incerteza transmitida pelo Governo não traz confiança”, diz o líder do PSD.

“Se não percebemos com clareza o que quer, o que resulta é uma falta de confiança que sempre se paga”, disse o ainda Presidente do PSD

Passos acusa o Executivo socialista ter uma resposta diferente para Bruxelas, para os investidores, para a geringonça e para o País. “O que é que o Governo quer fazer? Já alguém percebeu?”, questionou.

O primeiro-ministro disse, no seio da concertação social, que não faria alterações nesta matéria até 2016.

O líder da oposição diz que o Governo a Bruxelas diz que não fará reversão da legislação laboral, alterada durante a troika, “mas se dissessem o mesmo ao PCP e ao BE, talvez houvesse menos ambiguidade”, referiu o líder dos social-democratas.

A penalização da contratação a prazo, a introdução da reforma a tempo parcial, a revogação do banco de horas individual e a dinamização da contratação coletiva, são as mudanças prioritárias para o Governo.

As alterações ao regime dos contratados a prazo (aprovação de restrições à contratação a prazo) e os incentivos à dinamização da contratação coletiva devem avançar este ano, segundo disse o Ministro Vieira da Silva.

A coordenadora do BE, Catarina Martins, disse publicamente que  a concretização de medidas, ainda este ano, para reverter a legislação laboral alterada durante a intervenção da troika, sublinhando que a valorização salarial faz parte do acordo assinado com o PS para a legislatura.

O PSD vem dizer que o equilíbrio que o Governo tem de fazer com os partidos das esquerdas deve-se às suas escolhas. “O PS escolheu esta formulação, que de forma oportunista, pode governar. Esses equilíbrios não são fáceis, e há quem ache habilidosa a forma como os vão obtendo”, disse Passos Coelho, segundo a nota de imprensa enviada às redações.

Pedro Passos Coelho defendeu, que “quando se pretende preparar o futuro, não se pode ficar no taticismo, no jogo de cintura e na habilidade. Tem de se saber o que é, e o que se quer, pois quando não é assim, regressamos à ideia do pântano, e daí nunca se sai a nado. Temos de saber o que somos e o que projetamos para futuro, pois o futuro não se faz de história. O futuro guia-nos na ação presente e define-nos hoje”, salientou.

Na tomada de posse da nova comissão política de secção do PSD de Lisboa, Pedro Passos Coelho reafirmou que um novo ciclo se inicia no PSD nacional. Desejou que “o PSD possa, neste novo ciclo, projetar o essencial do que vê e sente e o que se quer para a sociedade. Nos traços mais essenciais, não mudamos o que somos. Somos um partido que sempre se afirmou contra os radicalismos e excessos da extrema-esquerda, do Estado, dos privilegiados. Estamos do lado da sociedade civil, dos que reclamam por condições de dignidade, que querem fazer pela vida e ser respeitados”.

Neste novo ciclo, será muito importante incluir todos, sempre sem perda de dignidade e princípios. “Contem sempre comigo”, disse Passos.

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