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Património financeiro global das famílias atinge 260 biliões de euros

O novo relatório global sobre Gestão de Ativos e Património da Oliver Wyman & Morgan Stanley revela que o património financeiro global das famílias continuará a crescer até aos 340 biliões de euros em 2029.
14 Outubro 2025, 09h16

O património financeiro global das famílias atingiu 301 biliões de dólares (260 biliões de euros) em 2024 (um aumento de 7% em 2023 e de 8% em 2024) e projeta-se que atinja 393 biliões de dólares (340 biliões de euros) em 2029, com uma taxa de crescimento anual composta de 5,5%. Já o património dos clientes UHNWI (património líquido superior a 25 milhões de euros) deverá crescer 8,1% ao ano, enquanto o dos HNWI (com património líquido de pelo menos 800 mil euros) crescerá 6,6% ao ano até 2029, impulsionando um crescimento desproporcional.

Já a gestão offshore irá acelerar. Estão sob gestão 14 biliões de dólares (12 biliões de euros) em centros offshore, com fluxos transfronteiriços a crescer aproximadamente 10% ao ano. Prevê-se que Suíça, Hong Kong e Singapura captem cerca de dois terços das novas entradas de capital até 2029. Sobre o Surgimento de novos paraísos fiscais, fora dos três principais, destacam-se os Estados Unidos (entrada de capital da América Latina) e os Emirados Árabes Unidos (expansão para além do Médio Oriente).

Gestão de Ativos

Os ativos sob gestão a nível mundial atingiram máximos históricos, ultrapassando os 135 biliões de dólares (116 biliões de euros), sendo que 80% do crescimento se deveu aos efeitos de mercado. Pela primeira vez, os fundos passivos superaram os fundos ativos em termos de ativos sob gestão a nível mundial.

Embora os ativos privados tenham estagnado no último ano, prevê-se que voltem a registar um crescimento robusto, impulsionado sobretudo pela penetração no mercado retalhista. Estima-se ainda que, em 2029, os ativos privados representem 44% das receitas do setor.

Pela primeira vez, são geridos mais ativos em nome de clientes retalhistas do que de instituições, e prevê-se que continuem a crescer ao dobro da taxa. Contudo, o acesso aos clientes retalhistas está a tornar-se cada vez mais «institucional», uma vez que mais de 64% dos ativos retalhistas são atualmente detidos através de soluções personalizadas (como carteiras modelo, fundos com data-alvo e fundos de fundos)

M&A

Nos próximos cinco anos, prevê-se uma redução de 20% no número de gestores de património e de ativos. Estimam-se entre 250 e 350 transações anuais até 2029.

A gestão de ativos é cada vez mais uma questão de escala, e as fusões serão uma alavanca fundamental. Os gestores de ativos de médio porte (entre 432 mil milhões e 1,7 biliões de euros) são os mais expostos. Apresentam uma rentabilidade inferior (margens operacionais de cerca de 26%) à dos gestores maiores (cerca de 44%) e dos mais pequenos (cerca de 36%). A sua rentabilidade caiu cerca de 4 pontos percentuais desde 2019, enquanto as empresas menores e maiores permaneceram relativamente estáveis.

Haverá entre 30% e 40% menos clientes para os gestores de ativos, uma vez que estes se consolidam, internalizam mais do que externalizam e procuram fazer mais com menos. O setor já não está a produzir novos gestores de produtos cotados. Em média, desde 2002, tem havido uma incorporação líquida anual constante de cerca de 145 novos gestores de produtos cotados. Desde 2023, este número caiu para menos de 10.

Embora, historicamente, a maioria das fusões no setor da gestão de ativos tenha tido dificuldades em alcançar melhorias adequadas na relação custos-receitas, considera-se que uma nova estratégia de fusões e aquisições poderá gerar valor.


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