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“A Caixa não será uma nêspera”, diz Paulo Macedo para justificar que a CGD cobre comissões

Para Paulo Macedo, a CGD quer “remunerar e devolver o dinheiro aos contribuintes”, que injetaram dinheiro no banco público para o recapitalizar. O CEO da Caixa criticou sobretudo o ambiente de taxas de juro baixas que afecta a banca, os seguros e os fundos de pensões. “A CGD já injectou 500 milhões de euros no Fundo de Pensões nos últimos três anos”, disse Paulo Macedo.
  • Paulo Macedo
22 Novembro 2019, 12h04

O presidente da CGD, Paulo Macedo, considerou esta sexta-feira que o banco público não vai deixar de cobrar comissões porque o seu objetivo é devolver o dinheiro dos contribuintes que o banco recebeu em 2016.

Para isso recorreu a uma fábula de Mário Henrique Leiria: “Uma nêspera estava na cama/deitada/muito calada/a ver/o que acontecia/chegou a Velha/e disse/olha uma nêspera/e zás comeu-a/é o que acontece/às nêsperas/que ficam deitadas/caladas/a esperar/o que acontece’. A Caixa não será uma nêspera”, afirmou, perante as gargalhadas da plateia.

“A sua equipa não é paga para ficar a ver navios” e o designio da CGD é pagar o capital injetado pelo Estado.

A parábola da nêspera surgiu no contexto da questão das comissões que a CGD cobra a depósitos de outros bancos. Segundo as notícias de quinta-feira, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) já está a cobrar comissões a depósitos de instituições financeiras desde o terceiro trimestre deste ano, segundo fonte oficial do banco.

“Toda a gente tem a expectativa de que a Caixa [Geral de Depósitos] esteja sossegada, quieta, ir na onda e não resistir”, disse Paulo Macedo na Money Conference, em Lisboa, num claro recado aos media e na sequência das perguntas relacionadas com as comissões cobradas pela CGD, que decidiu trazer à conferência uma história de Mário Henrique Leiria de modo a explicar o que o banco público não será, uma “nêspera”.

O CEO da CGD lembrou que o ano de 2020 é muito importante para a CGD porque é o ano de conclusão do Plano Estratégico definido nas negociações com Bruxelas.

O Plano Estratégico 2017-2020 definiu os objetivos para o respetivo período e estabeleceu medidas que visam garantir a viabilidade económica da operação bancária e o aumento da eficiência.

Paulo Macedo criticou essencialmente o ambiente de taxas de juros baixas. “Nunca ninguém tinha gerido uma banco num contexto tão longo de taxa de juro baixas, quatro anos. “As taxas de juro baixas afectam os bancos, os fundos de pensões e as seguradoras”, disse.

“A CGD já injectou 500 milhões de euros no Fundo de Pensões nos últimos três anos”, disse Paulo Macedo.

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