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Paulo Portas desmente contratação pelo MPLA para intermediar compra da Cofina

Site angolano Club-K avança que um grupo influente próximo ao presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos encarregou recentemente o antigo líder do CDS-PP para negociar a compra do grupo de comunicação Cofina. Paulo Portas desmentiu ao Jornal Económico qualquer contratação.
6 Fevereiro 2018, 13h39

O site angolano informativo Club-K avança que um grupo influente próximo ao presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos, encarregou recentemente o antigo líder do CDS-PP Paulo Portas para negociar a compra do grupo de comunicação Cofina, mas Portas desmentiu ao Jornal Económico qualquer contratação.

A notícia da contratação foi avançada nesta segunda-feira, 5 de fevereiro. O Jornal Económico contactou o antigo líder do CDS-PP, tendo  Paulo Portas desmentido o processo de negociação.

“Não é verdade, de todo. Quando quis fazer jornais, fiz. Não sou intermediário dos jornais dos outros”, garantiu ao Jornal Económico Paulo Portas.

Numa notícia titulada “MPLA contrata Paulo Portas”, o Club-K dava conta de que “fontes que acompanham as intensões da parte dos investidores  angolanos, interpretam que o interesse do MPLA é de poder vir a controlar a política portuguesa, por via do jornal generalista diário “Correio da Manhã”, que é líder de mercado em Portugal, com mais de 110 mil exemplares vendidos por dia”. E salientou que este jornal “deu ênfase ao caso de corrupção envolvendo o ex-vice-presidente angolano, Manuel Domingos Vicente”.

Paulo Portas foi contratado pela Mota-Engil, como consultor para os mercados internacionais, depois de ter renunciado ao mandato de deputado na Assembleia da República, em junho de 2016. Ocupa ainda o cargo de vice-presidente da CCIP – Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, com o pelouro da internacionalização, sendo que o cargo não é remunerado.

Sobre Angola, no início deste ano, Portas defendeu que a transição entre as presidências de José Eduardo dos Santos e de João Lourenço “é para levar a sério” e não “cosmética”, como alguns analistas disseram.

Falando num encontro com empresários na sede da CCIP, realizado a 16 de janeiro em Lisboa, sobre as perspetivas económicas e riscos políticos para 2018 em diferentes geografias do mundo, o ex-líder do CDS-PP sinalizou como positivas as mudanças na política cambial e na de concorrência em Angola.

Portas realçou nesse encontro que estas mudanças são “muito importantes” para as empresas poderem expatriar os dividendos e fazerem os seus pagamentos.

O atual Presidente da República de Angola, João Lourenço, foi eleito nas eleições gerais de 23 de agosto, tendo sucedido à liderança de 38 anos de José Eduardo dos Santos.

Sobre o relacionamento entre Portugal e Angola, Portas não quis fazer qualquer comentário, tendo referido apenas aos jornalistas que “o relacionamento [de Portugal] com os países lusófonos é muito importante, não apenas para a economia [portuguesa], mas para a afirmação [de Portugal] no mundo”.

 

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