O Partido Comunista (PCP) insiste que a recuperação do controlo público dos CTT, TAP, ANA, do setor energético, telecomunicações e banca é um objetivo “incontornável” para o desenvolvimento nacional. O secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, diz que é “decisivo” avançar com a recuperação dos setores estratégicos da economia, de modo a que estes não estejam condicionados pela lógica do lucro.
“É decisivo avançar na recuperação pública dos setores estratégicos de modo a que os investimentos estratégicos não estejam condicionados pelas lógicas estreitas da maximização do lucro e da rápida recuperação do capital aplicado, que dificilmente coincidirão com o interesse nacional”, afirmou Jerónimo de Sousa, numa audição esta segunda-feira sobre “Economia e Desenvolvimento”, inserida na consulta alargada que o PCP está a realizar sobre o Programa Eleitoral para as legislativas de outubro.
Entre os setores que o PCP considera estratégicos estão “os CTT, a TAP, a ANA, o setor energético e as suas redes, as telecomunicações e a banca”. “[A recuperação do controlo público destes setores] são, entre outros, objetivos incontornáveis para quem queira recuperar os instrumentos de comando da economia portuguesa e desenvolver o país”, sublinhou o líder comunista.
Os comunistas defendem que não são os atuais níveis de crescimento económico, “realizados em setores sujeitos a grande volatilidade e num contexto externo favorável”, que vão permitir recuperar os atrasos de anos e os “défices e estrangulamentos estruturais” da economia portuguesa.
“Tenta-se fundamentar nesse crescimento, moderado diga-se e hoje já em desacelaração, a tese de que é possível resolver os problemas nacionais mantendo intocável o atual quadro de opções políticas e constrangimentos externos. Mas trata-se de uma falsa tese que omite que os problemas de fundo e estruturais que marcam a realidade portuguesa não foram, nem estão resolvidos e que persistem graves problemas económicos e sociais sem resposta”, disse Jerónimo de Sousa.
O secretário-geral do PCP afirmou ter a “profunda convicção” de que “Portugal não está condenado ao atraso” e que, por isso, é preciso iniciar uma política alternativa às políticas de direita e de recuperação capitalista de governos da responsabilidade de PS, PSD e CDS. “Da nossa parte temos propostas e outras aqui virão, evidenciando a existência de uma política alternativa”, garantiu.
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