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PCP diz que resultados da CDU são consequência de campanha anticomunista

O dirigente comunista João Oliveira considerou, esta segunda-feira, que os resultados eleitorais da CDU nas autárquicas são consequência de uma “prolongada e intensa campanha anticomunista” e da concentração da discussão em assuntos nacionais, em vez de locais.
27 Setembro 2021, 19h43

Em comunicado, o membro da Comissão Política do Comité Central do PCP enalteceu que a “obtenção de mais de 450.000 votos, 9,1% do total nacional, a eleição de mais de 2.000 mandatos diretos, a que se somarão ainda umas centenas de outros, são a verdadeira dimensão do resultado da CDU”.

“Não iludindo a perda de sete municípios”, João Oliveira, que é também dirigente da bancada parlamentar comunista, sustentou que o “resultado da CDU é inseparável” de várias condicionantes, como, por exemplo, “os efeitos de uma prolongada e intensa campanha anticomunista”, para fragilizar a “reconhecida e distintiva seriedade dos eleitos” da coligação.

O dirigente do PCP acrescentou que houve uma “desfocagem alimentada ao longo de semanas da natureza e objetivos destas eleições, esbatendo o seu caráter local e a distinção nesse plano entre os vários programas eleitorais”, induzindo a uma “decisão em função de critérios de política nacional e procurando atribuir ao PCP e à CDU posicionamentos nesse plano que não tem”.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, também já tinha criticado a falta de discussão sobre matérias locais durante a campanha autárquica, considerando que foi dominada pela “política espetáculo”.

Na nota divulgada hoje, o líder parlamentar do PCP referiu que a pandemia e os condicionamentos associados prejudicaram o contacto típico da CDU com as populações, durante quase dois anos: “Um quadro em que estiveram suspensas, praticamente por dois anos, a vida e a atividade do movimento associativo, das organizações de reformados, da comunidade educativa e outras, com tudo o que isso induz de amputação de vivência coletiva”.

“Os milhares de mandatos obtidos pela CDU nos órgãos municipais e de freguesia corresponderão a uma decidida intervenção com que as populações podem contar. O apoio agora recolhido será integralmente posto ao serviço das populações”, finalizou.

A CDU perdeu sete autarquias nas eleições autárquicas de domingo. Mora, Montemor-o-Novo (distrito de Évora) e Moita (Setúbal), três dos nove municípios presididos pela CDU desde as primeiras eleições autárquicas, em 1976, passaram para a esfera do PS.

A coligação também perdeu para o PS as câmaras municipais de Loures (Lisboa), Alvito (distrito de Beja) e Alpiarça (Santarém). Já o concelho de Vila Viçosa (Évora) foi conquistado por uma coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM.

No entanto, a CDU conquistou ao PS os municípios de Barrancos (Beja) e Viana do Alentejo (Évora).

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