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PCP quer reforço do financiamento do SNS em 25%

O líder do PCP, Jerónimo de Sousa, disse num comício do partido que a pandemia não pode ser utilizada para restringir os direitos dos trabalhadores e impedir o ato político.
  • “Não se ouviu, mas era importante ouvir o ministro das contas certas explicar aos portugueses como é que isto foi possível: 600 milhões ganhos aqui e que voaram para o estrangeiro.”
7 Junho 2020, 17h48

“Não vamos aceitar sem combate a destruição dos direitos laborais e sociais dos trabalhadores e do povo, disse o secretário-geral do PSP, Jerónimo de Sousa, num comício realizado este domingo por aquele partido, precisamente para combater o aproveitamento que, no seu entender, está a ser feito da pandemia contra os trabalhadores.

Jerónimo aproveitou ainda para afirmar que vai propor um reforço em 25% do total de financiamento do Sistema Nacional de Saúde (SNS), agora que está mais que provado que foi o sistema que esteve na base do combate à pandemia. Jerónimo de Sousa insistiu que é o SNS e não o sistema privado de saúde que tem de estar na linha da frente do financiamento do Estado à saúde.

O líder do PCP disse também que é preciso que o Governo tenha em atenção o sistema de mobilidade, uma vez que é aí que está o centro daquilo que a força de trabalho precisa de usar para manter os seus postos de trabalho. Nesse sentido, disse, é essencial que o sistema de transporte seja suficientemente eficaz para sustentar a retoma.

Jerónimo de Sousa elencou de seguida aquilo que considera ser o atentado de uma série de empresários contra os direitos dos trabalhadores – nomeadamente no que tem a ver com o lay-off, “que tem  beneficiado principalmente as grandes empresas” e não o tecido de micro e PME’s, que têm sido atiradas para a falência.

O vírus continua a impor “a lei da selva nas relações de trabalho”, insistiu o líder do PCP, que usou o comício para recordar aquilo que tem sido a sua prestação no Parlamento sobre matérias de trabalho – tendo dito que o Programa de Estabilização ficou “aquém” do que era necessário. “A inibição dos despedimentos” era essencial, disse – o que não foi feito. Ao contrário, a micro e PME’s vão continuar sem “apoio à tesouraria, o aceso ao crédito sem juros, a redução dos custos da energia”, indo o grosso do apoio para as grandes empresas.

Jerónimo de Sousa disse ainda que “a defesa do tecido económico e a manutenção dos salários e pensões” continua a ser a forma de a economia lutar contra as consequência da pandemia. “Estamos longe do que é necessário para apontar outro rumo”, disse Jerónimo de Sousa, que voltou a acusar o PS de se aliar ao PSD e ao CDS em matérias laborais.

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