Um mega-empreendimento imobiliário na Turquia tem várias centenas de casas que se assemelham a pequenos castelos dos contos da Disney. A empresa promotora nunca conseguiu concluir o projeto por dificuldades financeiras e o empreendimento assemelha-se agora a uma cidade fantasma. Mas o projeto pode voltar a ganhar vida este ano, acreditam os promotores, conforme conta o New York Times.
Em 2014, os irmãos Yerdelen, empreendedores imobiliários de Istambul que estão em plena ascensão imobiliária, anunciaram planos de construir mais de 700 pequenos castelos, com torres e terraços com vista para a floresta.
O objetivo era atrair os milionários dos países do Golfo Pérsico, dado que um terço dos compradores estrangeiros no país são de países como o Kuwait e o Bahrein, de acordo com o New York Times que cita a Associação de Investimento no Mercado Imobiliário da Turquia.
Os irmãos juntaram-se a Bulent Yilmaz e decidiram apostar em Mudurnu, na região do Mar Negro, uma pequena cidade termal localizada entre Istambul e Ankara, conhecida pelas suas fontes termais e águas milagrosas.
As luxuosas moradias possuem torres inspiradas em edifícios de Istambul, varandas brancas e tetos pontiagudos, estendendo-se numa área de 100 hectares. Os proprietários podem escolher entre três diferentes configurações, com decoração distinta. Em comum, têm um jacuzzi em cada piso, e têm a opção de incluir um elevador ou uma piscina interior.
Cada castelo tem acesso à água termal da região, que “cura doenças do estômago e pedras nos rins”, assim como “problemas de pele, reumatismo e hérnias discais”, disse Mezher Yerdelen ao jornal norte-americana.
O preço da moradia depende da localização, mas encontra-se entre os 350 mil e os 440 mil euros.
Ao início, o grupo Sarot, empresa dos irmãos, vendeu cerca de 350 casas a investidores árabes. O negócio parecia correr bem, beneficiado por uma conjuntura positiva – o Presidente Erdogan estabeleceu que quem comprasse uma propriedade no valor de 220 mil euros ganharia o direito à cidadania.
Mas o conto de fadas não durou muito tempo. Cincos anos depois do início do projeto, que previa a construção de 732 palácios, apenas cerca de 300 foram construídos na totalidade, e a maioria está abandonada.
Os motivos são muitos, mas principalmente o ataque terrorista no aeroporto de Istambul em 2016, a recessão económica, a subida abrupta da taxa de inflação, a desvalorização da lira turca e a descida dos preços do petróleo dificultaram a venda destes imóveis.
O grupo soma agora dívidas no valor de 23 milhões de euros mas mantém a cabeça erguida.
“Precisamos de vender apenas 100 moradias para saldar a nossa dívida”, explicou Mezher Yerdelen, que acredita que é possível superar a crise “em quatro a cinco meses e inaugurar parcialmente o projeto em 2019”.
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