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“Pedimos à China que seja transparente”. OMS volta a pedir dados sobre origem da Covid-19

Em resposta aos pedidos da OMS, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian, justificou que “alguns dados não puderam ser enviados porque envolviam informações pessoais”.
16 Julho 2021, 14h55

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que as investigações sobre as origens da pandemia de Covid-19 na China estão a ser prejudicadas pela falta de dados sobre os primeiros dias de disseminação do vírus, segundo a “Reuters”. A OMS pede maior transparência.

“Pedimos à China que seja transparente, aberta e coopere”, apelou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em conferência de imprensa no final de quinta-feira, 15 de julho. Uma equipa liderada pela OMS passou quatro semanas na cidade de Wuhan e arredores com cientistas chineses e indicou que o vírus provavelmente foi transmitido de morcegos para humanos através de outro animal”.

Segundo Tedros a OMS concluiu que “a introdução do vírus através um incidente laboratorial foi considerada um caminho extremamente improvável”, mas países como os Estados Unidos e alguns cientistas não ficaram satisfeitos. O diretor-geral da OMS referiu ainda que informará os 194 estados membros da OMS na sexta-feira sobre uma proposta de segunda fase do estudo.

Por sua vez, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian, justificou que “alguns dados não puderam ser enviados porque envolviam informações pessoais”, durante conferência de imprensa, desta sexta-feira.

Esta não é a primeira vez que a ONS pede à China que disponibilize mais informações sobre o vírus. Em março de 2021, Tedros contou durante reuniões que “os investigadores expressaram as dificuldades que encontraram para aceder a dados brutos”. Espero que os futuros estudos incluam uma partilha de dados mais oportuna e abrangente”, completou.

Na altura, um dos cientistas do estudo da OMS admitiu ser “perfeitamente possível” que casos de Covid-19 estivessem a circular, em novembro ou outubro de 2019 em Wuhan, na China.

Qual a origem da Covid-19?

A OMS tem investigado a origem da Covid-19 com o auxilio da China. Apesar dos resultados demonstrarem que a origem mais provável tenha sido animal, nesta matéria existem outros estudos.

Tal como o estudo da OMS, outro realizado em conjunto pelas universidades de Sidney e Edimburgo, e citado pela agência “EFE” demonstrou que a Covid-19 teve origem animal e como tal não foi criada em laboratório. Em comunicado, Edward Holmes da universidade de Sidney explicou que a “nossa análise cuidadosa e crítica dos dados atualmente disponíveis não revela qualquer indicio de que o SARS-CoV-2 tenha tido origem em laboratório”.

Outro estudo, publicado em junho pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH) demostrou que pelo menos sete pessoas em cinco estados dos EUA estavam infetadas com SARS-CoV-2, o vírus que causa a Covid-19, semanas antes da divulgação do relatório dos Estados Unidos sobre os seus primeiros casos oficiais.

Depois de revelados os resultados do NIH, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian, defendeu que era “óbvio” que o surto de Covid-19 tinha “origens múltiplas” e que outros países deveriam cooperar com a OMS.

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