[weglot_switcher]

Pedro Castro e Almeida alerta que poderá ser necessária nova moratória daqui a seis meses

O presidente executivo do Santander Totta diz estar mais preocupado com o incumprimento de crédito das empresas do que das famílias, neste momento. Mas queda do crescimento económico e aumento do desemprego poderão pressionar capacidade de cumprimento do crédito por parte dos particulares, alertou.
21 Abril 2020, 19h30

O presidente executivo do Santander Totta, Pedro Castro e Almeida, considera que poderá ser necessária nova moratória daqui a seis meses se a economia não melhorar entretanto.

“Daqui a seis meses vai ser um desafio muito grande”, vincou o CEO em audição na Comissão de Orçamento e Finanças (COF), esta terça-feira. “Se a situação não melhorar, terá haver outra moratória com enquadramento de uma moratória pública e, depois, privada, da APB”.

“Só será possível voltar a um novo normal de serviço da dívida, de pagamento de capital e juros, caso a economia esteja melhor”, adiantou Pedro Castro e Almeida.

O CEO mostra-se, por enquanto, mais preocupado com a possibilidade de incumprimento de créditos por parte das empresas, e diz estar “relativamente preocupado” no caso dos particulares. Ainda assim, mesmo nos particulares, poderão haver riscos de incumprimento de crédito se a conjuntura económica piorar, nomeadamente ao nível do PIB e do aumento do desemprego em Portugal.

“Pode haver algumas dificuldades de pagamento do crédito pessoal, mas teve uma moratória da APB de 12 meses, pelo que o problema surgirá lá mais para a frente. No crédito à habitação é diferente da anterior crise, com clientes com um rácio de financiamento na casa dos 100%, hoje em dia, encontramos uma média na casa dos 60% a 70%”, explicou o presidente executivo do Totta.

“Mesmo assim não subestimando uma queda do PIB de 8% a 10% e uma taxa de desemprego, que se chegar aos 14%, haverá problemas nesse tipo de crédito”, concluiu.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.