Ao questionar a ajuda pública à TAP, Rui Rio até pode ter “faturado” uns pontos no combate político, mas “está a demonstrar que não tem capacidade para liderar os destinos do país”. A frase é de Pedro Nuno Santos, o ministro das Infraestruturas, que aproveitou a sua presença na abertura do Air Summit, em Ponte de Sor, para lançar um forte ataque contra o presidente do PSD, que no último debate quinzenal pediu explicações ao Governo sobre as ajudas de Estado à companhia aérea, há anos deficitária.
“É politicamente mais fácil fazer um debate contra o dinheiro que está a ser injetado na TAP. É tentador. E ainda recentemente assistimos a um debate no parlamento em que um líder politico aproveitou o tema para fazer combate politico. Mas ao fazê-lo pode conseguir faturar do ponto de vista conjuntural, mas está a prejudicar o país e está a mostrar que não tem capacidade para liderar os destinos do pais”, disse Pedro Nuno Santos.
Na sua intervenção, o ministro com a tutela da TAP repisou o discurso que tem vindo a repetir – em eventos e no parlamento – sobre o papel e a importância da companhia, insistindo na ideia de que “a TAP não pode ser analisada apenas em função do resultado líquido anual”. “Trata-se de um dos maiores instrumentos de desenvolvimento económico em Portugal. Não é uma empresa qualquer”.
As explicações de Pedro Nuno Santos para esta frase também são conhecidas. “Somos um pais periférico no contexto europeu. [Salvaguardando os casos de Espanha e França] A Portugal só se chega de avião. É preciso que tenhamos consciência disso. Portugal é periférico no quadro europeu, mas é central no quadro atlântico. E a TAP é o principal instrumento elemento de ligação ao Atlântico”, disse o ministro.
Em segundo lugar, referiu a importância da TAP como impulsionadora da economia. “A TAP compra e comprou mais de 1.300 milhões de euros a fornecedores portugueses em 2019. Está no top 3 das principais exportadoras, como a Autoeuropa e a GALP”, acrescentou.
Por isso mesmo, concluiu Pedro Nuno Santos, se – como defendem alguns críticos das ajudas de Estado à TAP – se fechasse a companhia para abrir uma outra ao lado, “as consequência para a economia portuguesa seriam sérias e imediatas”.
“Teria o maior maior impacto na economia e no emprego dos portugueses”, uma vez que todo o valor que a TAP gera em exportações se perdia e os 700 milhões de bilhetes vendidos passavam a ser importações”.
Pedro Nuno Santos deixou ainda escapar um desabafo e um agradecimento. O desabafo foi sobre si próprio, quando afirmou que “lhe calhou em sorte lidar com o setor da aviação num dos momentos mais difíceis da sua história”.
“Mas isto não é só para ter dossiers fáceis, independentemente do desgaste que nos possam causar”, lamentou-se.
O “agradecimento muito especial” foi para a presidente da comissão executiva da TAP, a francesa Christine Ourmiere-Widmer por ter aceitado liderar a companhia “nestes tempos difíceis”. “É de coragem”, disse.
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