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Pedro Nuno Santos: falta de resposta do setor da construção atrasa investimentos públicos

A burocracia do Estado também terá o seu peso, mas a falta de capacidade do setor da construção civil é central, diz o ministro, para se perceberem eventuais atrasos nas obras públicas. Quanto à instalação de uma refinaria de lítio em Leixões, não tem informação sobre o assunto.
  • Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos
20 Novembro 2019, 13h20

Em visita aos portos de Leixões e de Viana do Castelo, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, disse que “as falhas da capacidade das construtoras nacionais, existentes desde a crise [de 2008]” são uma das explicações para a existência eventual de atrasos nas frentes de obras públicas que se encontram no ativo.

“Não vale a pena estar sempre a procurar a culpa no Estado”, disse. “Problemas nas empreitadas, falta de trabalhadores suficientes nas obras e projetos com pouca qualidade” explicam uma parte dos atrasos nas obras públicas – matéria que serve, como parece claro, para atrasos que venham a suceder no futuro imediato.

Pedro Nuno Santos não escamoteou que “os procedimentos do Estado, e ainda bem que existem porque transmitem transparência” aos processos também podem contribuir para os atrasos de obras ou de lançamento de obras, mas, no seu entender, os problemas do setor da construção civil explicam parte da substância do que está por trás desses atrasos.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação visitava o Porto de Leixões, para onde estão previstas obras de melhoramento e de instalação de novos equipamentos – num ‘mix’ entre público e privado – avaliados em cerca de 500 milhões de euros.

Sem querer especificar cada um dos investimentos que formam esse ‘bolo’, Pedro Nuno Santos disse desconhecer se algum deles tem a ver com a instalação em Leixões de uma refinaria de lítio – um assunto que está a ‘ferver’ na atualidade. “”Não estou informado o suficiente” sobre a matéria, disse.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação disse, por outro lado, que o fecho do Aeroporto de Lisboa durante as madrugadas durante seis meses a contar de janeiro próximo “vai ter algum impacto”, como de outra forma não podia deixar de ser. Sem apresentar uma contabilização desse impacto, Pedro Nuno Santos afirmou que, de qualquer modo, a alternativa (não fazer qualquer obra) não é boa para o desenvolvimento da economia portuguesa.

Sobre o assunto mas no que tem a ver com o impacto ambiental de cada uma das obras em que o Estado está envolvido, o ministro disse que “ainda bem que existem associações ambientalistas que escrutinam” cada obra, mas que “elas não.  estão mais preocupadas que o Estado com o impacto ambiental dessas obras, podemos é ter visões diferentes” que importa debater. “Se alguém acha que o Estado quer fazer obras sem ter em conta o impacto ambiental”, está muito enganado”, concluiu.

Pedro Nuno Santos está hoje em visita oficial às instalações dos portos de Leixões e de Viana do Castelo, prosseguindo, assim, uma ronda pelos cinco principais portos nacionais, iniciada na passada sexta-feira, com uma visita ao porto de Sines.

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