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Pela última vez este ano, Portugal emite hoje dívida a curto prazo

Tesouro quer angariar até 1.250 milhões de euros num leilão duplo de Bilhetes do Tesouro a três e 11 meses. Nas últimas emissões Portugal tem renovado mínimos nas taxas de juros.
16 Outubro 2019, 07h44

Portugal rasura no calendário esta quarta-feira o último leilão de dívida a curto prazo agendado para este ano, ao regressar ao mercado para angariar até 1.250 milhões de euros com uma emissão dupla de Bilhetes do Tesouro (BT) a três e 11 meses.

O IGCP- Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública estabeleceu um montante indicativo entre mil e 1.250 milhões de euros, sendo esperando que Portugal continue a beneficiar da confiança dos investidores.

“Deverá ser satisfeita a oferta com os bancos a serem os agentes da procura para satisfazer os seus rácios de capital ponderado pelo risco”, explica o analista da Infinox Pedro Amorim. “Deverá ser satisfeita a oferta com os bancos a serem os agentes da procura para satisfazer os seus rácios de capital ponderado pelo risco”, acrescenta.

No último leilão comparável, em agosto, o IGCP emitiu mil milhões de euros em dívida a três e onze meses às taxas mais negativas de sempre. Na maturidade a 11 meses, o IGCP emitiu 750 milhões de euros, tendo pago uma taxa média ponderada de -0,557%, tendo a procura superado a oferta em 2,05 vezes. Nas BT a três meses, o montante colocado foi de 250 milhões, com uma yield de -0,563%, tendo a procura superado a oferta em 4,36 vezes.

Para o analista da Infinox, “Portugal deve apostar neste tipo de emissões para renovar a dívida para baixar o custo de financiamento que posteriormente vai baixar o défice”, ainda que alerte que o país deverá ter “em atenção às criticas da nova diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI) que falou das taxas de juro negativas na Europa, o que cria algum alerta para as autoridades do Banco Central Europeu (BCE)”.

Esta segunda-feira, a presidente do IGCP, Cristina Casalinho, disse que os mercados reagiram positivamente ao resultado eleitoral das legislativas. “Os contactos que tive [com investidores] não pronunciam um nível de preocupação com a situação política portuguesa. A configuração do resultado eleitoral não parece ter suscitado grandes preocupações”, referiu.

O leilão de dívida a curto prazo ocorre um dia antes do Governo fazer o reembolso antecipado de dois mil milhões de euros ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) pelos empréstimos concedidos durante a intervenção da ‘troika’.

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