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Peritos reúnem-se hoje no Infarmed com alívio de restrições em cima da mesa (com áudio)

O Governo tem remetido decisões sobre um alívio nas restrições para depois da reunião do Infarmed, sendo esperado que avance com novidades no Conselho de Ministros desta quinta-feira. 
  • Sessão do Infarmed COvid-19
27 Julho 2021, 08h00

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, a ministra da Saúde, Marta Temido, os representantes dos partidos com assento parlamentar e os especialistas voltam a reunir-se esta terça-feira sobre a evolução epidemiológica em Portugal.

O Governo tem remetido decisões sobre um alívio nas restrições para depois da reunião do Infarmed, sendo esperado que avance com novidades no Conselho de Ministros desta quinta-feira.

Segundo o comentador político Luís Marques Mendes, os peritos vão avançar com a proposta do fim das restrições horárias já no próximo fim de semana, abrangendo os espaços de restauração e cultura, mas também terminar com o recolher obrigatório.

“Ao que apurei, os peritos vão fazer uma proposta ao Governo, que em princípio deverá ser aceite. Não é acabar com todas as restrições, não é acabar com a máscara, o distanciamento ou com a lotação em alguns estabelecimentos. Não é isso”, referiu o comentador, assegurando que se tratam das restrições horárias. “As limitações horárias nos restaurantes, nos teatros, nos espetáculos, nas lojas comerciais. Mesmo até o fim do recolher obrigatório entre as 23 horas e as 5 horas”, explicou.

A segunda medida que poderá marcar a reunião do Infarmed, apesar de, segundo Marques Mendes, ainda se encontrar em “apreciação” é o fim das restrições com base na incidência. “Podem acabar as decisões de restrições em função da incidência, concelho a concelho. É outra das questões a tratar no Infarmed. Mas, nesta questão, os peritos estão divididos”, admitiu.

Na semana passada, António Costa afirmou que “com a aceleração do processo de vacinação podemos olhar para o final deste Verão como podendo atingir esse momento importantíssimo para a confiança e libertação total da sociedade que é a imunidade de grupo”. Poucos dias depois, no briefing do Conselho de Ministros, a ministra da Presidência realçou que a incidência continua a crescer, mas a um ritmo “menor”. Segundo a governante, o país já se encontrou numa zona de “vermelho mais escuro” na matriz, o que não significa um “alívio”, mas uma situação em que regiões como Lisboa e os Açores já passaram o pico.

Assim, ouvidos os peritos, o Governo decide no Conselho de Ministros desta quinta-feira o eventual alívio das restrições. “Na próxima terça-feira existirá a reunião do Infarmed, em função do que os especialista lá disserem, o Governo tomará decisões na próxima quinta-feira”, disse Mariana Vieira da Silva, na quinta-feira passada. Será também apenas após a reunião do Infarmed que o Executivo avalia a eventual reabertura dos bares e discotecas, tema trazido a debate pelo Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e coordenador para a resposta à pandemia para a região de Lisboa e Vale do Tejo, Duarte Cordeiro.

Portugal regista atualmente 116 conselhos em risco elevado ou muito elevado, mais 27 concelhos quando comparado com a semana passada. No que toca aos concelhos em situação de alerta, ou em situação de recuar no desconfinamento, Portugal regista 29 conselhos.

Uma das variáveis a considerar na decisão será ainda a percentagem de população vacinada. Na sexta-feira passada, numa audição no Parlamento, o coordenador da task force para o plano de vacinação, Henrique Gouveia e Melo, anunciou que a “a faixa etária dos 50 anos está praticamente fechada”, faltando apenas 4% desta população para completar a vacinação, adiantando que na faixa etária dos 40 anos faltam 11% para completar a vacinação e entre os utentes com 30 anos faltam 25%. De acordo com Gouveia e Melo, o maior salto registou-se entre os jovens com mais de 23 anos, onde já foram vacinadas 30% das pessoas.

Segundo os dados divulgados esta segunda-feira, a Direção-Geral de Saúde (DGS) contabilizou nas últimas 24 horas mais 1.610 casos confirmados e nove mortes por Covid-19. A taxa de incidência nacional de infeções por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias subiu para os 427,5 casos, enquanto o índice de transmissibilidade voltou a aumentar ligeiramente no continente para 1,04.

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